sábado, 2 de janeiro de 2021

SOBRE ARGUMENTOS E POLARIZAÇÃO

A construção de um pensamento requer muita lógica, sempre com interferência da subjetividade. Abrir uma ideia é se arriscar, de fato, ideias antigas são fortes, mais ricas e muito embasadas cientificamente. A questão é que quando abrimos uma ideia e ninguém a conhece, é mais fácil ficarmos na ideia conivente, que pensarmos de forma lógica em um argumento lógico, ou seja, não vai existir multidão ou pessoas que vão aprovar e aplaudir, e sim pessoas querendo entender nosso argumento, mudar de ideia ou não. Normalmente vamos ser julgados e o mais óbvio é a maioria ficar na ideia acomodada. O lugar mais acomodado é o mais confortável. Dá para perceber que as pessoas querem respostas rápidas, argumentos rápidos, obviamente numa “era tecnológica” onde as informações são rápidas. Então não... Uma tese, dissertação ou qualquer outro trabalho é desenvolvido em anos, meses, de estudos, leitura e revisão. Tirando a vacina, que sem dúvidas profissionais estão lutando contra o tempo e com muita pressão. Vamos desfocar da vacina neste texto.

Me usando como exemplo na narrativa.  

Como é que se defende uma ideia? Estudando os dois lados. Sempre cito Freud, por que é o mais conhecido no campo da psicologia, o mais visto, mas existem outros. Trabalhar com argumentação, com ideia, é ter paciência, estudo e mais estudo. Não posso simplesmente abrir uma câmera, tentar uma conversa e falar sobre pautas muito sensíveis na internet, se eu tenho a consciência que essa pauta vai ser polarizada, consequentemente vou ser cancelada por pessoas que não estão afim de tirarem os seus (pensando nos meus preconceitos agora) pre/conceitos e, logo acabarem com meu psicológico e seguirem com a vida normal. Não é assim. Abrir argumentos, não é ganhar ou perder, não é ridicularizar ou brilhar, não é ficar em cima ou embaixo... É tentar ajudar a sociedade, e não coloca-los um contra os outros. Infelizmente é o que acontece. Posso dizer para vocês que tenho várias hipóteses que podem se desenvolver para algo concreto... A depender de vocês. Se eu abrir um leque de perguntas para um trabalho meu, o que seria totalmente irresponsável, sobre assuntos sensíveis, vocês não gostando de mim, não iria funcionar. É tornar um teste sem fidedignidade, consequentemente com o voto de vocês para me prejudicar.

Eu tento não ferir ninguém, isso não significa que sou perfeita, muito menos que não vou ferir, mas se você está agora, discutindo com alguém sobre uma pauta importante, querendo ficar por cima ou ridiculariza-la, é melhor ir dançar ou fazer pose de mais velho para os seus amigos mais novos.

E você que está com a mente aberta, que não está sabendo organizar os argumentos... Calma. Isso é normal. Não discuta e seja só mais um na internet.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

ELA MENTE E ENGANA TODO MUNDO...


Rafaela via luxo e clareza em automóveis de dois e quatro pneus. Em dias cansados ou até mesmo de agilidade, gostaria por ventura, de estar instalada no centro do passageiro ou atentamente, pilotando uma moto. Por via de regras, era a mais estranha da cidade. Frequentava a melhor escola, mas tinha pouco poder aquisitivo, poucos amigos e uma sociabilização questionável. Pairavam boatos que havia enlouquecido depois da morte do pai. Não era bem higienizada. O que era estranho para os demais e, motivo de piada, era perturbador para ela. Rafaela adorava caminhadas. Não somente, pela cidade ser pequena e de fácil locomoção, ia ao centro comprar frutas e verduras, legumes e utilidades domésticas, ocupando os dois braços, o esquerdo e o direito. Os membros inferiores faziam o trabalho de mantê-la num estado de completa sincronia entre o andar, o peso que carregava nos braços e o foco de não deixar-se abalar pela zombaria alheia.

E ao caminho de casa, colegas passavam em seus carros, com o maior valor em diminuir a velocidade do carro, só e unicamente para despreza-la e mostrar o tamanho vexame que estava passando, diante da situação. Visivelmente humilhada, olhava para o próprio corpo, e tentava entender o que havia de errado em andar pelas ruas com sacolas de compras. Pensou em ler a constituição para saber se infringia alguma Lei. De fato, Rafaela achou algo interessante. Todas as sacolas que estava transportando eram de plástico, e há questões importantes sobre substituir sacolas de plásticos por bolsas sustentáveis e demais opções ecológicas.

Na cabeça de Rafaela, andar lhe mostraria o que ninguém poderia notar ou imaginar. E por onde andava, observava. Esse é seu objetivo, quando quer andar e caminhar. Não somente por manter as pernas num trabalho de andar, que é a função original, mas unicamente, aproveitar e observar o horário dos vendedores, o horário certo onde há pouco fluxo de pessoas para não pegar fila no caixa e demais coisas, como comparar preços de alimentos.

Até então, Rafaela sabia que o objetivo de seus colegas, era causar humilhação. Contar para todos que ela era uma farsa... Que ela era unicamente pobre, e fingia para todos que era rica, que tinha um grande poder aquisitivo.

Até hoje Rafaela não entende, mas sabe, que é ela mesma. Mente quando convém, mas nunca esconde suas origens. Entretanto, ela sabe, que há sorrateiramente cobras, querendo lhe causar vergonha e, contar uma história, sobre como eu finjo ser o que não sou. E é estranho pensar que a única coisa que Rafaela faz, é viver a vida, e não mostrar uma vida que ela não tem e não vive. Rafaela apenas vive a vida dela... A única diferença é que seus pés estão firmimente fincados no chão, não a deixando flutuar, pois ela sabe que há riscos em brincadeiras de fingir uma vida que não se tem.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

QUEM SOU EU NA AMIZADE?

Imagem Ilustrativa


 Olá, espero que esteja bem...


Quem sou eu na amizade, essa é a questão. Por alguns anos eu fiquei culpando questões exteriores a minha pessoa, não querendo me responsabilizar pelos erros, eventualidades ou distanciamentos de amigos. Em algum momento da vida, eu devo ter falhado. Querendo ou não, nós temos pausas reflexivas; falamos com Deus, questionamos de acordo com o que foi aprendido com os filósofos, culpamos há quem acredite ou não em forças superiores, conversamos com psicólogos ou não aguentamos e vamos ao psiquiatra.

Onde estou errando? Será que estou errando? Será que só por que estou sozinha, a errada sou eu? Ou as pessoas querem me fazer sentir assim? Elas estão magoadas comigo, logo, se afastam, por não ter atendido uma demanda de expectativa delas? Se todos não estão comigo, obviamente eu sou a errada? Não?!

Então, diante de todas as pausas reflexivas que tenho e terei em minha breve vida, me considero culpada. Culpada sem respostas, sem motivos, sem um porquê. Eu devo ter feito alguma coisa que culminou nesse distanciamento: não lutei, ignorei, deixei para lá, fui ignorante.

E se eu não for culpada pelas escolhas erradas diante das amizades que passaram em minha vida, as mesmas saberão que erraram. Nisso de se culpar por tudo, pedir desculpas por tudo, consideravelmente me torno uma pessoa insegura, dependente da aprovação alheia, logo então, sofrerei por não agradar as pessoas. Vê a incógnita? Vê o percurso da perfeição? E como tudo é extremamente delicado em estar presente, vivo e intacto para todos?

É válido nós nos declararmos culpados por nossos atos para até mesmo baixar uma confusão aleatória. Alguém sempre tem que ceder.  

Um dia você estava almoçando com uma pessoa. Você pega o sal ou o papel toalha que está na mesa, e derruba sem querer o copo de suco do/a seu/sua amigo(a). O dia acabou à partir dessa situação. Todos estão olhando, a mesa ficou suja, a pessoa estava na melhor roupa e ia para casa de um familiar... Ambos ficam muito envergonhados(as) com a situação.

A amizade acabou ai? Há quem reaja da pior forma.  

Onde somos culpados? Qual nossa porcentagem de responsabilidade, perante o outro? O outro também tem parcela de culpa em nosso comportamento, sabia? Mesmo me sentindo culpada, sofrendo, sem ao menos saber por que eu machuquei a Dona Melinda por ter passado pela casa dela e ter tirado uma rosa da árvore, a culpa também é da Dona Melinda por ter feito um escândalo, pelo simples motivo de eu ter pego a rosa.

Depois disso tudo, quem sou eu na amizade? Não tenho grandes e fortes laços de amizade, mas quem eu posso ser para cada um que me considera amiga? Quem vou ser se acontecer de amizades opostas, se deram bem comigo, e ambas pedirem para cortar o contato? Perco duas amizades ou bato o martelo e escolho uma das duas? Bato o martelo e fico no meio termo? Café com leite...

Talvez você tenha olhado para mim, e ainda hoje olhe, e julgue como se o futuro não me reservasse surpresas boas. Como se não fosse dar certo. Na sua cabeça, eu possa ter sido uma amiga que não era boa influência, que tinha tudo para dar errado. Digo para você que ainda pode dar errado sim. Como tudo na vida. O futuro é uma incógnita, mas acho que deve saber que existem altos e baixos. Hoje eu posso estar nas alturas, e amanhã pode ser você, mas lembre-se também que há períodos de queda livre. E uma queda livre sem paraquedas, machuca. Há de estarmos preparados para o impacto da realidade. O chão machuca e nada mais representativo que ele para mostrar o quão dura é a realidade, e sabemos que vale para todo mundo, não importa classe social e dinheiro, não importa status e hierarquia. Todos estamos sucintos à uma vida vão, solitária e inútil.

DOCE

 Tu mentes como também oculta pensamentos. Estes deveriam ser meus, e compartilhados a mim que por ti estou, mas não há nada que possa fazer...

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