Quero
dizer que passamos por muitas coisas e temos que considerar injustiças e pontos
que não concordamos quando se trata do outro, falando de nós. Perdoar não é
esquecer, não é não chorar, não é fingir que está bem, não é ser superior.
Entenda que perdoar requer tempo, como qualquer outro sentimento. Imagine que
alguém lhe machucou em excesso, sem tempo de parar... Mas não isso, uma vez foi
suficiente para quebrar um laço lindo construído durante vários anos. É perdão,
e é para poucos. Penso se teria essa capacidade. A partir do momento que
aceitamos o perdão, abrimos a porta para qualquer atitude que possa nos magoar.
Pois bem...
Já, já magoei e fui magoada. Não
estou ilesa disso. O processo de amadurecimento e formação trabalha essa
questão também. Mas é possível criar uma barreira tão forte em relação ao que
somos, porém não tão forte que nada vá conseguir penetrar, porque os
sentimentos precisam estar em nós como a água e o alimento. Pode pensar que não
sou a melhor pessoa para falar isso, mas seria se tivesse um certificado... Não
suficiente, mesmo com certificado você duvidaria. Nós somos cheios de muito.
Esse muito pode estar certo ou errado, conceitos completamente subjetivos.
Considerando
alguém nos magoando, considere magoar. Considere ser o vilão capaz de quebrar
esse laço. Eu não consigo. Não sei lidar com esse fato de partir o coração de
alguém ou simplesmente a confiança. Tem um ditado popular que diz “o inimigo
senta à mesa”, referindo-se alguém muito próximo. Se é de algum conceito religioso,
assim seja, não muda a questão da desconfiança. Por que pessoas próximas? Por
que pessoas que confiamos?
Não
saímos para os lugares dizendo a todos sobre nossos defeitos e fraquezas, elas
surgem em momentos de frustração, assim nós nos descobrimos em um momento de
explosão e quem estiver perto presenciando. Podemos pelo menos dizer algumas características
que são tidas como “defeitos”, não se comparando ao momento de descontrole. A
questão de eu não me imaginar magoando, não significa que nunca vou magoar. Eu
não sei do outro para saber o que o magoa, mas também não posso estar o tempo
todo me controlando, para evitar um afastamento de alguém que ao menos, me
conhece.
A
questão também é essa, mas tem várias e uma delas é o da “primeira impressão”.
Existe uma diferença entre “não gosto porque me fez algo” e “não gosto porque
decidi não gostar”. Imaturidade, pontos da personalidade, características que
se batem etc. Sempre vai existir aquela pessoa que não vamos gostar, porém não
somos obrigados a dizer a ela, muito menos espalhar tamanha insensatez, porque
tudo tem consequência, se assim é capaz de suportar o que vier depois do falar,
faça o que acha certo. Mas o que você acha certo, não é o que o outro acha.