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O
seu peito não me consola mais. É infantil pensar que uma vez você foi minha
necessidade. Necessidade de estar, de ter, de ser, e de existir. Não é
normalmente assim que os relacionamentos doentios nascem? É, mas alguns
conselhos são fundamentais nestes momentos para dizer completamente que você
está um pouco equivocada com a história e, não errada. Errar é tão forte quanto
sentir ódio, na verdade os dois estão beirando ao primeiro lugar de sentimentos
que destroem uma pessoa e aniquilam outras. O motivo? Total descontrole. E
quando vamos saber que algo nos fará medo? Quando saberemos que ao andarmos
normalmente pularemos de alegria ou de susto? É tudo muito imprevisível. Não o
buraco que tem a frente, isso é óbvio, estamos vendo, mas nem sempre. Por um descuido
de um sorriso ou gargalhada podemos ser surpreendidos pelo poder do “você quase
manda na sua vida”.
Pois
bem, seu peito não é mais consolo meu. Poderia chegar e dizer o que aconteceu
no dia, mas não, deixa para lá, não está aqui. Não é o fato de não estar aqui
e, sim de você não ser uma necessidade.
Sabe
quando você compra coisas desnecessárias e se dá conta que foi por total
impulso? Estou me sentindo assim comigo mesmo agora de pensar que você era o
que dizia ser. Para melhorar o seu lado, a hipotética fantasia que eu criei em
cima de você, a expectativa equivocada do suporte de concreto que não racharia,
mas nunca quebraria, as batidas do coração que poderia ouvir se apoiasse minha
cabeça no seu peito, o equívoco de pensar que você era o que eu imaginei em
minha cabeça.
Tu
tem uma parcela de culpa, colocou tudo em um papel quando não conseguia falar.
Escreveu em letras confiantes, tudo que tu era, menos o que mentia. E eu
acreditei, não fácil, eu lutei. Você diz para si mesma que é impossível as
luzes estarem brilhando inacreditavelmente, o céu favorecendo a uma noite romântica
e todas as pessoas passando como “mero espectadores” do que estava por vir, do
que estava por sentir.
Adoramos
alguém quando olhamos de fachada o que nossos olhos nos prometem e, o meu
prometeu algo que você não. Te dei uma lista de comportamentos que gostava e,
você aderiu como se fosse aquilo. Os dois foram mentirosos e egoístas.
É
difícil dizer quem se é. Quando você diz que tem uma bomba a pessoa fica no
anseio de correr a qualquer momento, então dizer quem eu era de verdade era te
manter ativo como animal selvagem fugindo do caçador.
“Bum”
Acredito
que por um instante não estaria mais lá.
E
no decorrer do conhecer, fomos meio que brigando com nossos defeitos, enojados
com nossos comportamentos, suplicando para o além uma permissão de felicidade contínua
como nos primeiros encontros. Era terrivelmente massacrante ver duas pessoas
morrendo por não se permitirem ser quem eram de verdade. Qualquer vestígio de
sorriso frouxo ou piada sem sentido, um sarcasmo uma ironia ou um “tanto faz”.
Poderiam ter nos dito que apesar dos dias longos de cansaço, um belo de um
sorriso para uma piada sem graça era fundamental para torna-la engraçada. Não é
difícil sorrir, principalmente quando o outro quer te fazer rir, sem saber como
fazer isso.
Foi
aí que teu peito fugiu, as coisas voltaram como eram antes e demorei um tempo
até me adaptar ao mundo novamente sem grandes sequelas. Anos podem ter seguido
até eu seguir em frente de verdade, mas o fato é que comprei algumas almofadas para
disfarçarem.
Então
você deixou de ser necessidade.
Como
toda necessidade inútil, é querer por querer tê-la outra vez até cansar, acabar
e precisar. É! Preciso de necessidade, você é uma. É algo desnecessário, mas
preciso. Não que eu morri por inteira, mas já sei que nos permitiríamos viver
em um ciclo de mesmice até que entendêssemos a razão de nunca termos funcionado
muito bem juntos. Talvez necessidades possam ser substituídas e, eu não queria
compara-lo a isso. Substituídas não literalmente, mas no sentindo de preencher
um vazio.
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E
tudo vem entrando para ser transbordo,
Transborda
até a borda,
Se
vai e deixa a porta aberta
Sem
aviso ou pressa
De
avisar que já foi
Dando
espaço ao novo
Perigoso
demais para preencher o teu vazio
Que
acabou comigo
Sem
aviso ou prévia
De
volta
E
tu se foi, levou teu transbordo
Deixou
o vazio
Escuro
e ríspido
Para
que outro seja responsável
Por
construir e reviver o que você destruiu e deixou morrer.
Obrigada por ler
Beijinhos!!