quinta-feira, 21 de setembro de 2017

ENTÃO VOCÊ DEIXOU DE SER NECESSIDADE

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Oi, espero que esteja bem




O seu peito não me consola mais. É infantil pensar que uma vez você foi minha necessidade. Necessidade de estar, de ter, de ser, e de existir. Não é normalmente assim que os relacionamentos doentios nascem? É, mas alguns conselhos são fundamentais nestes momentos para dizer completamente que você está um pouco equivocada com a história e, não errada. Errar é tão forte quanto sentir ódio, na verdade os dois estão beirando ao primeiro lugar de sentimentos que destroem uma pessoa e aniquilam outras. O motivo? Total descontrole. E quando vamos saber que algo nos fará medo? Quando saberemos que ao andarmos normalmente pularemos de alegria ou de susto? É tudo muito imprevisível. Não o buraco que tem a frente, isso é óbvio, estamos vendo, mas nem sempre. Por um descuido de um sorriso ou gargalhada podemos ser surpreendidos pelo poder do “você quase manda na sua vida”.
Pois bem, seu peito não é mais consolo meu. Poderia chegar e dizer o que aconteceu no dia, mas não, deixa para lá, não está aqui. Não é o fato de não estar aqui e, sim de você não ser uma necessidade.
Sabe quando você compra coisas desnecessárias e se dá conta que foi por total impulso? Estou me sentindo assim comigo mesmo agora de pensar que você era o que dizia ser. Para melhorar o seu lado, a hipotética fantasia que eu criei em cima de você, a expectativa equivocada do suporte de concreto que não racharia, mas nunca quebraria, as batidas do coração que poderia ouvir se apoiasse minha cabeça no seu peito, o equívoco de pensar que você era o que eu imaginei em minha cabeça.
Tu tem uma parcela de culpa, colocou tudo em um papel quando não conseguia falar. Escreveu em letras confiantes, tudo que tu era, menos o que mentia. E eu acreditei, não fácil, eu lutei. Você diz para si mesma que é impossível as luzes estarem brilhando inacreditavelmente, o céu favorecendo a uma noite romântica e todas as pessoas passando como “mero espectadores” do que estava por vir, do que estava por sentir.  
Adoramos alguém quando olhamos de fachada o que nossos olhos nos prometem e, o meu prometeu algo que você não. Te dei uma lista de comportamentos que gostava e, você aderiu como se fosse aquilo. Os dois foram mentirosos e egoístas.
É difícil dizer quem se é. Quando você diz que tem uma bomba a pessoa fica no anseio de correr a qualquer momento, então dizer quem eu era de verdade era te manter ativo como animal selvagem fugindo do caçador.
“Bum”
Acredito que por um instante não estaria mais lá.

E no decorrer do conhecer, fomos meio que brigando com nossos defeitos, enojados com nossos comportamentos, suplicando para o além uma permissão de felicidade contínua como nos primeiros encontros. Era terrivelmente massacrante ver duas pessoas morrendo por não se permitirem ser quem eram de verdade. Qualquer vestígio de sorriso frouxo ou piada sem sentido, um sarcasmo uma ironia ou um “tanto faz”. Poderiam ter nos dito que apesar dos dias longos de cansaço, um belo de um sorriso para uma piada sem graça era fundamental para torna-la engraçada. Não é difícil sorrir, principalmente quando o outro quer te fazer rir, sem saber como fazer isso.

Foi aí que teu peito fugiu, as coisas voltaram como eram antes e demorei um tempo até me adaptar ao mundo novamente sem grandes sequelas. Anos podem ter seguido até eu seguir em frente de verdade, mas o fato é que comprei algumas almofadas para disfarçarem.
Então você deixou de ser necessidade.
Como toda necessidade inútil, é querer por querer tê-la outra vez até cansar, acabar e precisar. É! Preciso de necessidade, você é uma. É algo desnecessário, mas preciso. Não que eu morri por inteira, mas já sei que nos permitiríamos viver em um ciclo de mesmice até que entendêssemos a razão de nunca termos funcionado muito bem juntos. Talvez necessidades possam ser substituídas e, eu não queria compara-lo a isso. Substituídas não literalmente, mas no sentindo de preencher um vazio.

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E tudo vem entrando para ser transbordo,
Transborda até a borda,
Se vai e deixa a porta aberta
Sem aviso ou pressa
De avisar que já foi

Dando espaço ao novo
Perigoso demais para preencher o teu vazio
Que acabou comigo
Sem aviso ou prévia
De volta

E tu se foi, levou teu transbordo
Deixou o vazio
Escuro e ríspido
Para que outro seja responsável
Por construir e reviver o que você destruiu e deixou morrer. 


Obrigada por ler 
Beijinhos!! 

domingo, 17 de setembro de 2017

QUANDO NOS DEIXAMOS IR?



Fazia pouco tempo, foi tudo muito rápido para o tempo que passamos juntos. Como é possível construir algo e em um instante tudo ser destruído? É completamente insano e sem lógica.

Me dá uma chance de dizer eu te amo, porque tudo que foi dito horas atrás não passou de ilusão, então por favor me escuta e não me abandona. O que você viu não foi necessariamente o que você viu.
Em total desespero te suplico por mim, por minha felicidade. Não sou ninguém sem você, me deixa ser aquilo que nunca fui. Me deixa ser aquilo que um dia fui para você. Posso melhorar, sei que posso, então antes de qualquer decisão, deixa eu explicar. Deixa eu explicar.

E é rápido mesmo, principalmente quando os calmantes são o alvo de sua vida e a menina que você ama, é a mulher da sua vida. Ela agora quer dizer adeus para tudo que construímos e bem, se você ler isso, vai perceber que eu destruí tudo e não tem volta. Na minha concepção tudo tinha volta quando se tratava dela.

Você pode até ter direito de jogar minhas roupas pela janela, mas não. As roupas são minhas e vou te impedir de fazer isso, por que você não vai, você não é disso, então só me deixa explicar...

Explicar o óbvio, ela viu tudo. Estava entusiasmado demais para perceber que de longe ela filmava tudo com os olhos e perdia a pressão cada imagem, cena de nossa vida juntos.

Então posso explicar que...

Não tem explicação cara. Você ama ela, mas não pode fazer mais isso. Ela não suporta mais, não percebe? Era isso que poderia ter como consciência antes de tê-la magoado, mas já era tarde demais.

Explicar que eu te amo... que as malas não vão tirar o amor que sinto por você.

Eu não passei qualquer tipo de credibilidade depois de uma noitada. Ela perdeu a faculdade, algumas aulas, para poder conversar comigo. Eu percebia, via que ela estava magoada e me desconhecendo... aquele cara sem blusa, aquele cara a ponto de tirar os cabelos do próprio corpo. E ela? Uma princesa. As lágrimas brilhavam. Era a culpa de magoar quem eu mais amava.

Onde você vai ficar? Não! Seu lugar é comigo, para sempre e eternamente. É nosso juramento eterno, você não pode fazer isso.

Na verdade, ela estava sem forças para rebater ou até mesmo gritar, o alterado na situação toda era eu mesmo. Ela reagiu como deveria ao ver alguém completamente descontrolado. Me lembro de alguns flashes no meu rosto, mas ela cansou. Eu perdi a credibilidade. Já tinha acabado e o que me sobrou foi nada. Nada... Vocês podem imaginar que não nos abandonamos. Eu a abandonei, achei que nada de ruim poderia acontecer e, aconteceu. Já a conhecia, então, como tolo não pensei no final. Sofri como um covarde fugindo da guerra como uma criança em apuros, porque fui pego. Não tinha mais como mentir... Não o fato de não ama-la, eu a amo, mas me deixei levar. Me deixar levar pela raiva. Raiva de mim mesmo.







sábado, 16 de setembro de 2017

VINTE E ALGUNS ANOS...



Casal perfeito por que eram completude. Básico, nada demais. Amadureceram juntos. Nas questões mais ímpares, traçavam alguma forma de melhorar sem ofender. Portas a bater, alterações de voz, mas nada suficientemente cheio de furor para ambos se despedirem um do outro. E a vontade era essa, não existia outra igual. Quando as coisas apertavam, um ano era suficiente para se organizarem, ambos, nos seus respectivos empregos. Sem roupas, repetir, até que tudo volte ao normal. Diminuir a quantidade de alimentos desnecessários e comer o fundamental, até tudo voltar ao normal. E voltava. Decidiam se ficavam em casa ou viajavam para um lugar próximo. E a viagem era boa antes de voltarem a fazer os velhos afazeres.
Eles dois?
Eles dois eram dois insuportáveis, iguais em alguns pensamentos, principalmente nisso de completude... Nisso de que o amor é básico, simples, nada demais. Frio na barriga para quê? Quando a conta de luz está atrasada e algum dos dois vai ter que olhar no tempo, dia e hora, se está adequado para levar falta e bronca do chefe. Isso era o mínimo pelo menos, por isso não haviam desculpas, muito menos brigas. Agradecimentos nestes momentos de realidade doméstica eram fundamentais para tudo andar, e fluir normalmente.
Melhor de que passar um ano sem comprar roupas de etiqueta conhecida, era festa em um sábado no bar ao redor de amigos e, rir sobre piadas sem sentidos, filhos que não existiam e brigas sobre a política brasileira.
O mundo para os homens é o alvo para mesas de bares e cervejas serem ameaças de serem levadas ao ar, claro, com muito entusiasmo, abraços e pedidos de perdão com lágrima de alguém devidamente bêbado.
Mulheres riam ou se desesperavam ao verem seus partidos enfrentando homens maiores que eles.
Não era esse tipo de casal que você está pensando, básico, simples demais. Eles eram completude até se separarem. Na adolescência, deixar ir era frase com significado das borboletas, depois dos vinte, a coisa é mais séria. Parece monte de papel de escritório que precisa e deve ser resolvido em uma semana.
Depois dos vinte, não pode haver desculpa quando se conhece os pais, os primos, a família, parentes de primeiro e segundo grau. Depois dos vinte, até mesmo para brigar tem que ter consenso. Pensares... Muito pensar. Porque depois da briga, alguém tem que sair e bater à porta e outro tem que ficar, esperando a volta.
Não sei o que seria pior, virar mendigo ou alguém vazio.
Então, eles brigavam normal. Com gritos sobre a roupa, pagamentos...
E risos, muitos risos, vários risos a noite ou em qualquer momento que os deixassem longe o suficiente de histórias e acontecimentos parecidos. É! Parecia namoro. Inicio de paixão. Sem borboletas ou nervosismo. O desespero era outro, antes fosse de iniciar amar. A loucura é deixar de amar e ouvir um abandonar... ar, ar. Com eco de caverna dentro do coração.
Eram muitos risos. Mãos dadas e planos que não era planejados, porque sendo completude já sabia a falta e o transbordo do outro.
Eles eram inteiros. Mesmo com amigos e alguns de seus ciclos sociais diferentes, nunca era a mesma coisa. O alivio era saber que vagando a pé ou no ônibus as doze horas depois de jantar, a porta estaria lá, a luz estaria lá, a cama estaria lá, a toalha estaria lá. Então eles se tornaram completude mesmo, sendo individuais. E foi simples, foi básico ser um para o outro.

DOCE

 Tu mentes como também oculta pensamentos. Estes deveriam ser meus, e compartilhados a mim que por ti estou, mas não há nada que possa fazer...

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