segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

SÓ SEI QUE... NADA SEI: SO/ZINHO NADA SEI

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O mundo sempre foi normal, a nossa percepção o transforma numa incógnita. A normalidade do pensar nos faz entrar em territórios ainda não vagados, então por essa perspectiva é válido pensar que, estamos onde estamos, porque estamos, para onde vamos, porque somos. Angustiante não é? Vamos pensar que todos esses questionamentos sem respostas vieram também de uma pessoa com uma movimentação subjetiva totalmente curiosa, em busca de respostas concretas, em torno de um mundo totalmente estranho.... Aos olhos. E percebe como esse grande pensador, influenciou e influencia pessoas por tempos, muito tempo. Podemos partilhar junto com ele, os mesmos questionamentos, mas sem dúvidas, se o mesmo não tivesse aberto a porta da insegurança, alguém assim o faria. E esses questionamentos sem respostas, questionamentos perdidos, soltos no vento, causam certa angústia...É imaginar esses questionamentos soltos caminhando pelo Universo à caminho de alguém disposto em responder. De toda forma, se formos movidos pelo medo e pela insegurança, abriremos portas que nós mesmos vamos construindo com intuito inconsciente de proteção, do medo de conseguir a resposta, o medo de encara-la.

Se formos movidos por um viés de esperança, sensibilidade, pensamento lógico e concreto, sem perder a empatia, compaixão e confiança, consigamos alcançar respostas realmente importantes, sem qualquer vestígio de medo, porque se não a obtivermos, talvez tudo bem, tudo bem não tê-la.

E o “só sei que nada sei” de Sócrates pode ter algumas perspectivas. Entretanto, só consigo lê-la assim:

Deu de ombros. Virou com olhar sarcástico ao ver uma conversa mentirosa, na qual o mesmo, sabia a verdade. Lavou as mãos diante de dois inconvenientes intelectuais. Ao perguntarem sobre quem estava certo, respondeu ironicamente

- Só sei que nada sei.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

A MESA DOS VAGABUNDOS

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 Cássio estava cansado de andar pelas ruas e provar sua masculinidade. Havia dito aos amigos que pararia de fumar e beber no início de todo anoitecer.

- Ah, meu amigo Cássio! Sabes que é incapaz de manter-se com apenas uma donzela. Teu coração é do mundo.

Todos riram, inclusive o protagonista que bebia com um olhar melancólico e distante.

 - Veja bem companheiro, vou lhe contar uma história. A professora de literatura, aquela meio suja, obrigou eu e a todos lerem a descrição absurda de um beijo em um livro que continha poesia. Levantou indignado da cadeira. – Como pode, meus queridos irmãos, eu descrever um beijo?

Cássio retornando ao presente, disse:

- É fácil descrever um beijo irmão.

Todos riram.

 - Estás sóbrio meu amigo? Beba mais, beba. O beijo é beijo. Toque de lábios é toque de lábios. Não existe técnica para beijar. Técnica só no carma do curso de advocacia e logo depois de medicina, que vamos, nós três, estudar. Todas essas infelizes e belas donzelas se apaixonam até com beijos de vagabundos de boca gelada.

- Trata todas as mulheres como se fossem coisa Otávio. Disse Cássio, virando um copo de whisky, encostado na cadeira.

- Estás maluco? Por cada prostíbulo que passou, pensavas eu que tinhas aprendido algo. Levantou outra vez da cadeira. – A loucura da bebida. Perdemos um guerreiro! Perdemos um guerreiro!

- Pare Otávio, olhe as belas moças. Estamos chamando atenção. Disse Cássio, puxando o terno de Otávio. - Não se vá, pigmeu. Ajoelhou-se. – Oh! Pigmeu.

- Estamos só eu, Otávio e tu, Cássio. No meio desta zona existencial, sou o único que tenho controle sobre a bebida. Não estou bêbado... estou anestesiado.

- Pois bem meus amigos, caros colegas de aula e futuros doutores deste Brasil. Heitor e Otávio... Uma princesa roubou meu coração.

Todos ficaram sem palavras, pensando na paspalhada que a bebida fez com o companheiro. Continuaram decidindo escutar o amigo.

- Mesmo não sendo conhecedor de bons tecidos, a pele dela era suave, seus lábios eram aveludados, meus amigos, ao passar a mão em meu rosto, senti a brisa do final de inverno passando pelas camadas de minha pele, aquecendo todas as minhas veias.

Todos riram compulsivamente. Parecia ser não somente, como era a melhor noite antes de partirem para Fortaleza.

- Cássio, és um grande comediante. Seduziria donzelas nos leitos. Agora nos conte a verdade sobre aquela lá... aquela esquecida, sem nome.

O protagonista balançou a cabeça em gesto de negação.

- Pois não é amigos. Estou apaixonado, completamente apaixonado. Meu coração pula do peito. Dispara totalmente.

- Rapaz, pois nos diga, queremos conhecer quem anda com ela. Queremos deste toque aveludado, conhecer outros tecidos. Todos riram, batendo os copos sobre a mesa.

Enquanto isso, a chefia do estabelecimento só observava a diversão dos meninos. Pensava em acabar com a festa, o mesmo estava se divertindo para ser o limitador de felicidade. Mesmo recebendo toques de outras mesas sobre incômodo e barulho, conhecia os pais dos infelizes e não queria confusão.

- Estão empolgados ao extremo. Disse Cássio rindo satisfatoriamente.

- Perdemos um guerreiro! – gritou Otávio.

- Vou contar quem é ela. Se chama...Quem é ela não! O nome... Se chama Aurora.

- Uh! Nome de princesa. Deve estar apaixonado mesmo. Disse Heitor, bebendo em cautelo.

- Existe outra, além dela....

Por algum equívoco do destino, a doce Aurora teve que fazer um desvio em seu caminho. Tinha ocorrido uma tragédia na casa de número terminado em cinco. Não pôde ver, mesmo tentando avistar por cima dos ombros, no meio de tanta gente curiosa. Seria uma novidade para falar ao chegar em casa depois da aula de pintura. Teria que passar pela rua dos vagabundos, às 12:00 horas, já que os policiais interditaram a rua. Estava assustada. Calculou: ocorreu uma tragédia, seu pai estava com o carro parado depois da rua perigosa e uma simbólica borboleta à acompanhava. O que poderia acontecer? Então parou e ouviu uma voz familiar....

- Vou contar quem é ela. Se chama...Quem é ela não! O nome... Se chama... Aurora... Existe outra além dela.

- Quem pigmeu?

- A noite meu jovem, a noite! Todos respiraram aliviados.

- Prometi mundos e fundos para aquela infeliz. Inclusive, marcarei algum encontro romântico para entender mais sobre os tecidos de seu corpo.

Os três amigos brindaram. Ao levantar-se para tirar a paciência da chefia, avistou de longe, Aurora. Estava parada no outro lado da rua, ao lado do que pareciam ser duas borboletas. Assustou-se, porém logo se recompôs, pegou o copo de bebida completa, virou e apontou o dedo ao destino da donzela.

- A infeliz donzela Cássio? Não era mentira? É da noite? Diminuíram os risos. – Aurora! Aurora! Nos apresente suas amigas. Moça! Doce Aurora, não vá, venha cá.

A protagonista correu tristemente ao encontro de seu pai. Já pensara na justificativa do choro para dizer o motivo das lágrimas.

Cássio sentiu a bebida evaporar por todo seu corpo, antes mesmo de acovardasse. Viu a menina e logo perdera. Seu plano fugira de seu controle. Havia perdido Aurora. Sabia que voltaria e a levaria para capital. Estava apaixonado e nunca tinha sido brincadeira. A chefia chegou perto e tocou-lhe o ombro como sinal de pêsames. Cássio havia perdido Aurora por conta de uma noite... Para sempre.

 

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

ELAS ESCOLHERAM NÃO VIVER A MESMA AMARGURA DAS PESSOAS QUE A TRAIRAM

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 Nós sabemos que é possível fugir. Escrever uma história em meio a tanto caos. As pessoas fogem das dores e buscam outras pessoas, achando que vão encontrar a felicidade, e ao se depararem com as feridas antigas, não querem se responsabilizar em sentir a dor, em acompanhar a dor. As pessoas se afastam da dor, em busca de uma grandiosidade do amor que leram em livros de romance. Esqueceram, porém, de ler nas entrelinhas o que passaram para serem felizes. Não há uma história de amor que não tragam cicatrizes familiares, traições e atitudes quase impossíveis de serem perdoados. É que esses personagens tem uma capacidade incrível de passar por cima de todo o ego e amar. É que tudo parece mais fácil nos livros, tudo parece mais empolgante nas linhas. Talvez os amantes estiveram entorpecidos de tanto amor que não sintam a dor, possivelmente o amor tenham o cegados. E eles sentem tanto quanto nós, mas sabem que de alguma maneira, diante de tudo que já passaram, esse é um sentimento completamente diferente e único. Presa na torre, uma maçã podre, uma ‘madrasta’ ... Uma amiga ferida. É aprender que esses personagens que sustentam e acreditam no amor estão mais machucados que imaginamos, e que não há saída a não ser dar uma chance em acreditar que existem pessoas que são capazes de ama-los para se curarem, de alguma maneira fortalecerem o sentimento de gratidão e felicidade que ainda existe, diante de tanta mentira. Há vários motivos para a princesa esquecer o amor, não amar e se entregar a dor de ter sido traída, mas prefere ser feliz e curar a si mesma. Elas não falam, elas sentem que podem ser uma saída, esquecer as dores e mágoas antigas, e deixa-las para trás, para nos fazer feliz e buscarem a felicidade e o amor. E o que ninguém entende, o que ninguém enxerga é que, essas mulheres passam por cima da dor de terem sido traídas de todas as maneiras possíveis para serem felizes e não viverem na mesma amargura das pessoas que as traíram.


segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

MEUS ERROS GRAMATICAIS

 Olá, espero que esteja bem.


Engraçado. Raras são às vezes que uso dicionário ou gramática para criação de meus textos no Blog. Na releitura, quando vou ler para encontrar erros que passam sem percepção, eu vejo um porque junto em início de frase e dá uma preguiça de consertar para um por que separado. A escrita é como um trabalho para mim - não conjuga verbo-  e fazer textos para o blog, não é um obrigação, mas também não é um entretenimento. Dependendo do destinatário eu faço um esforço maior para deixar uma concordância legal, uma vírgula no lugar correto, um plural sincronizado com a palavra e, dependendo do texto, me exige mais observação e dedicação.

Na construção do texto, uso o pensamento . Ele é o que me corrige. Ao se tratar da importância da fonética e da fonologia, por exemplo, neste tipo de texto que faço, como se fosse uma conversa, ter noção que minha voz emite um som e a palavra exige outro tipo de conteúdo que minha voz emite, é de grande relevância. Compreendo que a partir dessa premissa, uso o português. Vão ter erros aqui sim, tenho muitas formas de não fazer isso acontecer. Exemplos? Dicionário Aurélio, dicionário linguístico, artigos científicos, gramáticas etc. Nessa premissa, meu intuito é conversar. Quando você conversa, presta atenção na voz? Prepara a linha num segmento de concordância e coerência antes de falar? Se fizéssemos isso, organizaríamos nossa fala, não nos permitindo expressar de forma espontânea, tendo como consequência um congelamento um pânico total. Algumas pessoas realmente optam em não falar nada, muito menos expor opinião, pois a mesma não é imparcial e exige somente uma linha de pensamento, uma linha de coerência, uma linha sem embasamento teórico e cientifico. Ah, mas às vezes é tão bom colocar opinião sem saber. A graça de aprender está ai.  Logo, travaríamos, por que saberíamos os erros que poderiam acontecer, o que as pessoas poderiam pensar, então é mais importante transmitir o que você tem a dizer, mesmo com erros, de que garantir um bom texto com estruturas gramaticais organizadas com um baixo conteúdo de absorção.

Estou tentando te convencendo a construir um texto com erros ortográficos? Não. Todo texto tem um propósito. Nossa mente é um deposito de palavras e, as mesmas quando organizadas, se transformam em texto, se transformam em frases, se transformam em comunicação. Comunicação.

O que quero dizer com isto é: preciso me permitir ser imperfeita. Demonstrar que sei a língua portuguesa e o uso dos códigos que organizam as informações, é me sobressair e dar uma expectativa sobre “ela nunca vai errar”. Sinto dizer, mas vou errar sim. É Português! A gramática é uma ferramenta de auxílio, que na constante utilização, se valida o conhecimento de um todo das regras, e o sentido é mais importante que construir uma sentença de palavras com significados técnicos.

Isso vale para uma prova importante que tu vai fazer? Não. Regras são regras. Se tentar dar uma de revolucionário no Português, não vai dar certo. Por Cristo, tenta fazer direito. Não vai militar no Português não. Mas me alivia o fato da língua portuguesa, permitir erros, não somente justifica-los e ainda finalizar: “No contexto de seu destinatário, tu não estás errada. Mas tu fica atenta, que teus textos de bloguinho virtual, podem te reprovar no teste do professor “Gramática na Veia.”

 

Obrigada por ler

Beijinhos! 

DOCE

 Tu mentes como também oculta pensamentos. Estes deveriam ser meus, e compartilhados a mim que por ti estou, mas não há nada que possa fazer...

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