domingo, 11 de outubro de 2020

HISTÓRIA CASUAL



 - Eu nunca serei como ela - Respondeu chorando.

- Não quero que seja como ela.

- Você me esconde... Sou um fantasma. – Limpou as lágrimas – Não sei exatamente como entrei nessa situação, mas se eu...se eu soube entrar, pode ter certeza, saiba bem que vou conseguir sair.

Antes mesmo de tudo acontecer, ele veio atrás. Por algum motivo tentou comunicação; conversamos sobre amizade, comida, posições políticas e nos beijamos. Foi rápido se comparado a meu outro relacionamento.

- Não quero que seja como ela. Já disse. O que há? – Perguntou angustiado.

- Você

- Eu?!

- Sim.

- O que eu fiz? 

- Me colocou nessa situação. – Saiu limpando as lágrimas.

Eu tive que sair. Por movimento do Universo, perto de chegar à casa dele, avistei ela. A então namorada quase noiva. Estava levando vinho e algumas especiarias. Virei num instante e então olhei para trás com esperança que tivesse retorno. Ela me olhou com um olhar distante e julgador. Quase que forçando a visão para entender se era alguém. Quando ela entrou, mesmo sem entender porque estava parado na neblina, ele me olhou. Logo em seguida ela o abraçou e o beijou. Poderia ter uma trilha fantástica? Uma vida perfeita? Um relacionamento incrível? O máximo que aconteceu foi chegar em casa e ter várias ligações perdidas.

Oi meu amor. As coisas estão difíceis aqui sem você. Minha família está nessa de viagem... Sabe como é. Mas sinto falta de você aqui. Esqueça o que minha mãe falou... Sabe, no jantar. Não foi para te magoar. Me sinto melhor você longe de qualquer confusão que aconteça por enquanto. Já és parte da família.

 

Sim. Uma aventura. Traindo meu noivo com data de casamento marcada? Sim. O amor... Se ele soubesse o que guardo. Não é romântico. Machuca. Estar sozinha é completamente vazio. Chegando em casa, vesti-me para dormir e acordei com um típico enjoo matinal. Em dias de grandes impactos emocionais e percas, acordar fora da existência é típico e afeta meu estômago. Fiz um chá e separei alguns biscoitos. Os dois não chegaram a ficar na boca. Deixei de lado.

- O que quer aqui?

- Conversar.

- Homens conversando? Quer o que? Discutir relação? – Perguntou em negativo - Eu e você temos compromissos. Pode ir embora. A porta é serventia da casa.

- Frases feitas, efeitos bonitos.... Tudo para ficar por cima. – Respondeu rindo.

 - Ah, por Deus. Não acha que já feri meu ego o suficiente?

- Tudo bem. Mas eu preciso de você. Até lá podemos esconder, ninguém está se magoando aqui. Eu prometo que de alguma maneira não vamos sair magoados. – Aproximou jurando as duas mãos. – Ninguém vai se ferir. Você não quer ferir seu noivo, eu não quero ferir minha noiva, ambos não se conhecem. Podemos sair disso quando tudo voltar à normalidade.

- Normalidade?

- Casualidade. Isso é casual.

- Sim.

- Então! Somos adultos. Quem vai saber? Já havíamos conversado sobre isso.

- Deus vai saber. O assunto esteve em nossas conversas, mas não imaginei que faria parte disso... Dessa situação.

- Ah! – Suspirou. – Isso é uma afirmação. – Você acha que eu planejei tudo isso? Encontrar você?

- Isso é um Aaaaaah!

- Hoje tem cinema. Já comprei os ingressos. Vamos?

Independente da minha irresponsabilidade, não tinha como fugir dessa história no momento. Às vezes o destino ajuda corações solitários e vazios de uma maneira injusta. O jogo do amor é complicado quando amamos demais e estamos conectados. Mesmo aceitando voltar a bagunça, sabia dos riscos, mas a vida tem essa de ajudar as pessoas que estão sofrendo. Não estávamos magoando ninguém, estávamos sendo felizes. Só queríamos aproveitar aquele momento como uma página de um livro... Sem ferir ninguém.

 

sábado, 10 de outubro de 2020

O DINHEIRO NÃO TRAZ FELICIDADE - PRISIONEIROS DA MENTE

Imagem Ilustrativa - Augusto Cury
Ou pode... Depende. 

Olá, espero que esteja bem. 
 
Tenho alguns livros do Psiquiatra Augusto Cury. Não consigo me decepcionar com as obras dele. Prisioneiros da Mente foi um livro que me trouxe muita angustia na realidade. Algumas histórias precisam acionar certas atenções e emoções em nosso corpo e foi isso que este livro fez comigo. Terrivelmente o que posso falar para você é sobre os filhos do Fester e um carinho pelo Invictus que senti no fim da obra. Eu realmente não sei dizer se terá spoiler, sei que terá minha experiência mergulhada na vida dessa família. Ele cometeu muitos erros, mas foi um homem de muitas conquistas e derrotas e, é notório seu arrependimento, à maneira como criou os seus três filhos pensando no monopólio da empresa. Em relapsos parece que eu consigo ver O Vendedor de Sonhos e o psicólogo, mas não. É completamente calmo e transparente como a história vai se desenvolvendo. Num capitulo eu já contava as páginas para o próximo... Se você quer um livro que não vai se arrepender de ler ou falar que perdeu tempo...Surpresa! O Romance está em volto da fortuna do Theo Fester e de seus três filhos, Peterson, Brenda e Calebe. Há também o Invictus e Dr. Marco Polo. Esse livro mostra o poder do dinheiro e até onde as pessoas são capazes de ir para conseguir o que querem. Os três filhos do Fester vão passar por um julgamento (individual) que vai mudar a vida dos três, enquanto a do pai já está mais que mudada. Foi uma das decisões mais difíceis de se fazer e os três julgamentos mais complexos que eu já li, se pensar que foi decisão de um pai junto com seus dois fieis amigos. A cada situação que eu lia, saia do quarto e ia respirar um pouco. Sempre com respiro de indignação. Nessa concepção o dinheiro não traz felicidade, tanto que o Fester sentiu isso. Acho que uma das coisas que aprendi com o Cury foi a de organizar a primeira empresa e valoriza-la: a família. Se essa empresa estiver um caos, tudo estará. Mas não quero radicalizar ou generalizar. Não consigo tirar essa obra da minha cabeça. Quando lembro, só quero esquecer. Os três filhos do magnata me surpreenderam (se eu disser negativamente ou positivamente será spoiler). Os três tem problemas que escondem do mundo em que vivem, e o pai só vai descobrir depois. No mais vou parar por aqui. 
 
Obrigada por ler

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

NÓS BRINCAMOS DE AMAR E NOS APAIXONAMOS


 


A gente se completa mais pela sua parte do que pela minha. Por ter perdido tanta coisa, o meu espírito de liberdade reina e, a tua soberania masculina tenta se equilibrar ao meu feminino. De fato é machista tantos comportamentos, mas não te dar satisfação foi uma das coisas que me chocaram, porque você insistiu, a ponto de clinicamente não ser doente. Sabendo que sou um pássaro perdido, prestes a voar em territórios perigosos, fez questão de me prender. E eu sei que simbolicamente, não é algo romântico, mas quando se trata da minha pessoa, tem uma exceção. Estávamos passeando e passou um lindo cachorro e fui diretamente a ele, acariciar e dizer o quão fofo era. Não era um poodle, e sim um Rottweiler. Você me pegou pelo antebraço e me rodopiou. Me chamou de maluca, e de fato, não havia pensado que ele poderia, por defesa, me machucar. Foi então que andamos, andamos e andamos abraçados e rindo sobre o ocorrido, daí nasceu a palavra: presa. Você disse para todos que eu era um perigo para humanidade e, que cabia a você, cuidar para o bem de todos, me impedindo de fazer loucuras. Então não surgiu nada que pudesse atribuir algum tipo de loucura, senão a paixão. Então nós nos entregamos a felicidade de estarmos sendo um para o outro, o que nunca manifestamos para mais ninguém. E sabe-se lá quem e porque ativa essa memória de aconchego e proteção por outra pessoa, sabe-se lá porque alguém quer nos proteger, nos cuidar e nos mostrar que a liberdade vai além de abandonar as pessoas. E aos poucos, você foi demonstrando essa preocupação, chegando em casa sem avisar, aparecia subitamente do nada, descaradamente na porta da casa dos meus pais no horário que estava para sair. E talvez tu tenhas praticado um dos atos mais antigos de se fazer, depois eu percebi que não. Não suficiente, você apareceu as 12:00 horas da noite na minha porta chorando, pedindo para eu ficar. Tive que te colocar para dentro. Daí, senti que tinha uma grande responsabilidade em não te ferir de forma alguma. Você me aceitou do jeito que sou e eu tinha que retribuir com o meu melhor. Então não me sentia mais presa, sabia que você precisava mais de mim do que eu de você. Meu coração foi se derretendo e eu soube que você significava muito e seria um par para minha vida.

terça-feira, 29 de setembro de 2020

DESCOBRINDO O MUNDO E A SI MESMO (A)

Descobrir o que você quer fazer não é simplesmente provar para o mundo e seus familiares, o status que deixará para sua família. Diz mais sobre você do que sobre tudo que abordei no blog de alguns anos para cá, sobre sermos influenciados ou não pela sociedade.

 

Imagem Ilustrativa

Olá, espero que esteja bem 

O mundo da matemática não é um centro do qual eu odeio. Os três pilares que trabalham com fontes embasadas para desvendar os mistérios do mundo em que vivemos são de grande importância para revelar antiguidades e construir prédios. Não suficiente, se unidos, em outras esferas do conhecimento, se tornam um bomba de muita dor de cabeça, e também de muitas descobertas. O que as tornam mais eficientes que as outras são a base metodológica, ou seja, o objeto de estudo e a fidedignidade da pesquisa; mas só corrigindo... Não há uma melhor que a outra.

As ciências que investigam o mundo pela perspectiva dos símbolos e dos números tem uma comprovação e uma grande aprovação diante de todos, não só pela eficiência, mas também pela clareza dos resultados. Muitas substancias não mudam, pelo contrário, há de se achar muitas outras substancias para acrescentar na tabela periódica. Talvez a dificuldade em entender a diferença entre matemática e português, seja exatamente um contexto que a escola tradicional brasileira e professores, ministram suas aulas. É de grande cunho enfatizar que em idade escolar, subestimar a capacidade dos alunos não é um fato de maldade de quem leciona, mas sim, uma relação de coesão e coerência sobre o campo de mundo que o aluno está vivendo. Cada pessoa em determinada idade tem um mundo bagunçado, e pode estar vivendo um mundo em torno de si mesmo. E é essa bagunça, que faz com que muitas coisas não sejam explicadas e entendidas. O que eu digo, talvez não esteja chegando da maneira que estou querendo dizer de fato, e esse é o papel e o dilema de lecionar: encontrar uma fórmula mágica e universal para todos. Mas ainda não existe.

Enquanto as ciências exatas trabalham com números que não podem mudar, outras ciências trabalham com pessoas. Essas ciências tem a capacidade e eficiência de mudar nossas vidas para melhor ou pior. Nas ciências dos números, o resulto é objetivo, já nas ciências das almas (me perdoem, estou tentando de forma didática), o resulto é subjetivo. Não tira a qualidade, já que pessoas mudam, nascem, morrem e constantemente tem uma capacidade de transmutação. Eu sei que estou errando nos termos técnicos, mas enfim...

Ao saber que eu não poderia contar a história da rosa, falar sobre os detalhes, e expressar meus sentimentos sobre o que vi, a matemática caiu como escolha. Soube da composição da rosa, do solo, o porquê da cor, e quantas vão nascer num solo de alguns metros em determinado período. Então fiquei pensando... Acabou? Não posso enfatizar? Falar alguma coisa? Discutir?

Minha mãe soube me guiar quando me presenteou com o meu primeiro diário com cadeado.

Ressalvo que há necessidade em conhecer tudo, ser um curioso, e não saber e ser o sábio em tudo. Muitas pessoas estão trabalhando para orgulhar o mundo em descobertas. Não à toa que os engenheiros estão em busca de um cálculo, capaz de colocar pessoas dentro de uma nave andando em velocidade da luz, sem que as mesmas, saiam machucadas. Do outro lado, tem pessoas tentando salvar pessoas... Sem qualquer tipo de cálculo. Não há o melhor, todos estão trabalhando e dando o seu máximo.

 

Obrigada por ler

Beijinhos!

DOCE

 Tu mentes como também oculta pensamentos. Estes deveriam ser meus, e compartilhados a mim que por ti estou, mas não há nada que possa fazer...

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