Imagem Ilustrativa |
Depois de pegar o elevador e subir até o
último andar, vi duas taças e algumas roupas espalhadas. Não demorou muito para
entender que os filmes não estavam longe de minha realidade. Um Flash em câmera
lenta, como se toda minha vida se perdesse numa visão de dois corpos, em uma
cama em lençóis macios. A porta meio aberta, meu olho curioso foi o suficiente.
Meu sorriso sumira. Posso imaginar que confortável estaria por não ter
percebido minha chegada. Que decepção. Saí às pressas. Não queria chamar
atenção ou fazer barulho, as lágrimas caiam descontroladamente. Só precisava de
um lugar suficientemente comparado a dor que estava sentido naquele momento. Menos
de um minuto ou mais de cinco minutos, parecia estar a mais de uma hora em
frente ao elevador. Procurei a porta que me levava a escada. A melhor coisa que
poderia fazer ou uma completa loucura. A visão embasada me fazia esquecer do
perigo. Sentei por algum momento:
- Por que fez isso comigo?
Tão simples para uma dor absurda. Logo
chovia. Logo o céu chorava comigo. Entendia o frio, o vazio, o depois, o
sentido de não ser mais nada. Diria que não sabia o que sentia no momento.
Levantei com a velocidade comprometida.
Não conseguia ter qualquer atitude que alimentasse o meu ego, me feriram e não
conseguia fazer o mesmo. Deixei-me ferir, enganar por alguém que na verdade,
não conhecia.
- Oh Deus! Me traga o príncipe de volta.