quarta-feira, 19 de abril de 2017

TAMBOR E FLAUTA



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Eram barulhos estranhos no meio do centro. Não assustavam-na, deixava cada vez mais curiosa a entender as batidas de um som intrigante. E bem que ela foi, seguiu como se a música guiasse por todo o caminho. E foi sem qualquer medo ou insegurança. E era bem estranho ver uma luz tão radiante que minimizavam os olhos e tão bonita que forçava a abri-los para não perder o espetáculo. E depois de muito forçar não sabia mais onde estava, sabia que estava no melhor lugar que poderia imaginar. As batidas eram mais fortes e intensas, o coração seguia o ritmo dos pés. E não havia medo e, não havia nada. E ela já fazia parte daquilo tudo, daquela maravilha, não podia mais fugir da realidade que a cercava, era sem volta. Era a beleza real, era o sonho mais lindo, era a força mais viva, era tudo que ela sempre sonhou. Batidas do coração, guerreira, o mundo dela. Um cavalo branco se fez diante de seus olhos, seu vestido havia mudado e tudo era diferente. O cavalo a chamava pelo olhar e ao alisar e sentir seu cheiro, como instinto montou em cima e guiou-se floresta adentro. O som não estava mais fora, dentro dela ecoava mais forte um mistério que faria de sua vida, tempos de descobertas. Era um unicórnio sem chifres, era ela, não era real. Era carinho, era força ao correr pelo campo aberto, sentindo a liberdade de serem apenas um.

quinta-feira, 13 de abril de 2017

NÃO SEJA AQUELA PESSOA QUE DIZ "VOCÊ NÃO SABE NADA SOBRE A VIDA"

Oi, espero que esteja bem
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Tenho que dizer em primeira pessoa que, não sou a mesma de antes. Não aquela crescendo, aprendendo a andar e entender o próprio corpo, usando o primeiro sutiã. Não, não! Eu não sou. Talvez por isso você não me conheça mais, não se identifique mais, não sinta falta. É, sinto muito, não sou. Eu percebo isso, entende?
Calma, mas também não mudei completamente, eu me transformei. Me transformei em uma pessoa que eu nunca imaginava que seria e não sei dizer bem se sinto orgulho ou vergonha, primeiro que eu não sei se me transformei por completo ou se estou em processo. Prefiro acreditar no processo...
Muitas coisas aconteceram para que eu ficasse e me tornasse essa pessoa. A vida é uma dessas coisas.  Talvez você olhe e diga que não mudei nada, aparentemente nada, nadinha, vai haver confusão. É compreensível, principalmente quem não me conhece. Na verdade eu sou agora. Me percebi por esses anos que eu sou eu, antes não sabia nem que eu existia. Sem sorriso no rosto, aparentemente não demonstrando nenhuma emoção, mas não se preocupe, em alguns casos é anormal, o suficiente para eu entender isso e você também não se assustar. Até por que não é qualquer piada que arranca gargalhadas ou uma situação que tira lágrimas. Quase tudo muito relativo?!
Escuto de algumas pessoas um “você não sabe nada da vida” e, até que ponto dessa vida eu perdi os conselhos dessas pessoas que sabem tanto sobre ela. Estranho né?
Se você souber sobre a vida, me conta ou não. Pelo que eu sei, as coisas são diferentes, as decisões sabe? Cada pessoa é única. Sabe por que? A calma pode perturbar a mente mais barulhenta e o barulho atormentar a mente mais vazia. Vazia de barulhos altos.
Não seja a pessoa que diz “você não sabe nada da vida”. Vão te pedir alguns documentos importantes sobre teorias, cálculos e o saber sobre a vida. Não seja. Seja aquela pessoa que sabe como é a sua vida, a própria vida, individual, seja essa. Você terá tudo, quase tudo, mas terá e conseguirá descobrir.
Não queira ser a pessoa que acha que sabe tudo sobre a vida, quando não consegue colocar em ordem a própria. Sabemos que tudo é muito uma bagunça. Admitir isso não é demais, evitar, arrancar os cabelos, gritar até pode, só acho que não resolve a situação.
Sofrimento não é desmerecer pessoas, casos de pessoas, histórias de pessoas. Sofrimento é a máscara real do que de fato é ser pessoa, e ser reconhecida por outras.
Iniciei falando em primeira pessoa, terminei sem conexão.
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Acho que não estou fugindo do objetivo.

Obrigada por Ler
Beijinhos!

quarta-feira, 5 de abril de 2017

ROUPA E POBREZA



Pesado né? Forte essa palavra pra designar o status de alguém, infelizmente é assim que acontece. Há fatos. Quais? Talvez você seja um. 

 Oi, espero que esteja bem 
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Não é de hoje que a roupa é peça fundamental pra descrever o que você está sentindo, passando ou vivendo. Quem olha com mais detalhe e minuciosamente, sabe que a escolha da roupa não é a dedo e muito menos não pensada. Quando não queremos usar nada, estamos usando e isso foi pensado.
O fato é que escolhemos as roupas de acordo com o que queremos que aconteça ou não aconteça. Mesmo quando estamos simplesmente nos valorizando, pode ser uma saia justa, literalmente. Saias justas... enfim.
Se você já sofreu algum tipo de preconceito, saiba que há uma diferença entre pontuar e agredir, isso é delicado, é como achar um ponto azul claro no meio de várias cores.
Moda é um expressão de pensamento que une a época que estamos vivendo, o passado, a cultura de algum lugar, sofisticação e elegância. As modelos são manequins vivas. É muito bonito, acredito que trabalhoso pensar um estilo de roupa quando há tantas variedades, entretanto para uma se destacar não é tão difícil quando nem todos tem acesso.
A questão não é essa, muito menos critica a qualquer trabalho. Todo trabalho que tenha retorno positivo, por algum motivo tem certo?
A questão mesmo é pontuar a roupa e a pobreza. O preconceito estampado na cara das pessoas quando alguém está fora de moda ou não está de acordo com o padrão é assustador.
Olha, pelo amor, não vou levantar bandeira de roupa não. Cada um veste o que quiser. Sabe aquela conversa que você tem com os amigos na beira na piscina, no luau ou na calçada da rua quando não tem nada pra fazer? Pois bem é isso. Acho interessando ver com outros olhos essas situações que passam por nossos olhos como se fossem coisas absurdas.
Pessoas com dinheiro menos acessível fala, pontua também, mas o interessante é a importância desse status no modo como alguém se veste. As influências de marcas são importantes para o lucro, contudo a influência e propaganda na vida de alguém que não pode tê-la é maior ainda. O poder não ter não significa nunca ter, talvez no momento, não é possível tê-la. Surgem as frustrações, as raivas, as angustias, o pra lá e o pra cá. 

“Como pode? Fulana não faz nada e tá com essa roupa. Eu hein, até parece que pode.”

Como se fosse obrigação do pobre andar devidamente como um. O rico também não tem obrigação de manter quem não conhece, mas apesar de “mandar no mundo”, o mundo não gira em torno dele.
A roupa é importante pra conseguir algumas coisas nessa vida, mas ainda bem que nossa casa não tem regras cordiais finíssimas. Antes de falar da roupa da outra pessoa, pense que ela que está pagando e não você. Como? Diz respeito a ela, se diretamente você está ligado, é outra história.

Obrigada por ler
Beijinhos!

DOCE

 Tu mentes como também oculta pensamentos. Estes deveriam ser meus, e compartilhados a mim que por ti estou, mas não há nada que possa fazer...

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