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segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

MINHA BREVE CAMINHADA PELA PSICOLOGIA

 
Caixa de Skinner - Foca na cabeleira


Olá, espero que esteja bem...


Nos meus anos de Psicologia, o que eu mais passei foi raiva. A raiva é uma emoção normal diante de tanto stress e mudança de vida e de comportamento. Mas não tão normal assim. A postura adotada no campo da psicologia é muito específico. Como todas ou poucas/várias áreas é preciso ter ética, e a profissão dá um caminho muito satisfatório sobre como atuar na psicologia e manter a ética diante de uma situação, na qual o outro se encontra em sofrimento. Estar abraçada por vertentes e estudos que tratam e respondem as dúvidas do sofrimento humano, não abona o sofrimento do profissional ou do estudante de psicologia. O que mais pegava para mim, era a questão do equilíbrio emocional. É preciso ter uma responsabilidade emocional e aprender a construir uma base emocional sólida para estar preparada ou pelo menos consciente de uma situação totalmente inesperada que possa acontecer. Sinto inveja de quem tem essa maturidade emocional, sem ter passado por um terremoto ou um trauma muito grande. Por que é fácil brigar com uma amiga depois de ter descoberto uma traição com o namorado ou namorada, e conversarem e se perdoarem. Isso é maturidade emocional? Na minha perspectiva, controle emocional é sair de um bombardeio sem nenhum trauma, conseguir fechar os olhos e dormir sem nenhuma medicação. A minha saída do curso de psicologia é totalmente particular, individual. Não cabe jogar na internet os motivos, por que tu não fez parte da minha vida. Grosserias fazem parte.

Mas haviam poucos colegas que me chamaram para voltar.

O mito do psicólogo centrado, paciente, com coração livre de angústias, uma pessoa bem desenvolvida, sem problemas, é um mito. A responder por minha pessoa, Rafaela. É um desafio, muitas vezes até prazeroso, porque você pode estar com um conflito muito grande no âmbito familiar e mesmo isso abatendo, é preciso estar presente, firme, bem, para o outro. Depois que passa, você se olha e de alguma maneira, se sente orgulhoso, mesmo com dor.

Com essas vertentes e muito conhecimento, a cabeça meio que cansa. Muita informação, muita organização, muita cobrança. Tu deve se questionar porque fulano se formou e eu não. Resposta: Particularidades. Acredito que não há quem não sofra, mas há quem acredite que casamento, filho, ideologia, amor, e todas essas questões que envolvem certa entrega emocional, pode te tornar um profissional excelente, porém solitário. Ou não, são escolhas. Como assim? Sem filhos, casa, companheiros e dividas, não há muito com o que se preocupar, só com o crescimento profissional mesmo. Você pode desenvolver habilidades através de livros, conhecer tudo sobre tudo (risos) através de livros, se ausentar do mundo (não totalmente), e sentir-se uma máquina. Lembrando que na psicologia, você quase se transforma num robô. Não por que você se considera assim, mas te abrem um campo no qual “ué, você não pode gritar”, “você não pode chorar”, “você precisa estar o tempo todo na santa paz da alma existencial”. Cobranças, cobranças, cobranças. A alma egoíca nunca está em paz. É ela que enfrenta todo esse mundo que nos traz angústia, inveja, sofrimento... Essa parte primeira. Exemplo: Para chegar no ouro, é preciso bater na pedra e a pedra é dura. Essa parte egoica é a que leva as marretadas da vida e protege nosso ouro. Nosso estado de não loucura.

No momento que você vive a Universidade e veste a camisa, o mundo lá fora não existe. Isso é uma das regras fundamentais quando escolhe um curso para vida ou enfim...Esse comportamento é consciente ou inconsciente, depende de como você enxerga a vida e o mundo acadêmico. Vestir a camisa da Universidade, e fazer valer. Nesse amplo mundo de pessoas, comportamentos, regras, competição, noites sem dormir, a partir do momento que você aprende a dirigir, não digo que nunca, mas raramente tu vai estacionar o carro errado. No início é complicado, sem dúvidas. Há descoberta de pessoas que são e foram muito importantes para sociedade e para o desenvolvimento da ciência, como também há uma descoberta muito genuína sobre quem somos e o que somos. Não vou pontuar questões religiosas aqui. É preciso respeitar as casas ideológicas, de conhecimento, vertentes etc. Estou tentando ser imparcial, mas é totalmente impossível.

Como falei lá em cima, a minha raiva era invisível. Então, particularmente uma passiva-agressiva. Não vão me rotular não. Posso estar equivocada? 100%. Me percebia em várias situações, onde o mundo estava desabando e eu estava sorrindo. Era uma característica que foi me somatizando a não entrega total das lágrimas, das emoções. O que eu escondi na psicologia, como traço, desde infância de chorar, hoje apareceu e eu deixo essa criança viva. Acho que é preciso manter nossas crianças felizes. E ser sincero com os sentimentos é uma questão de lealdade consigo, independe do que vão pensar. Com essa minha ausência, parada, vou pedir minha aposentadoria no INSS e viver viajando... Brincadeira.

Com essa minha ausência, só posso dizer que está sendo de grande importância. Importante por pensar o que fiz de errado e o que posso tornar diferente e não repetir nas próximas etapas da minha vida... É um trabalho. E quem sabe, recomeçar na Psicologia. 

Se eu não enlouquecer. Ahahahaha. 

 

Obrigada por ler

Beijinhos!

DOCE

 Tu mentes como também oculta pensamentos. Estes deveriam ser meus, e compartilhados a mim que por ti estou, mas não há nada que possa fazer...

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