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Imagem Ilustrativa
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Maria
estava entusiasmada com o tempo que estava para viver na fazenda de seus avós.
Seus pais felizes, buscavam outras formas de colocar comida na casa de Maria e
de seus irmãos. Numa linda carruagem, ela saiu correndo em destino para abraçar
um lindo coelho branco que ficava saltitando num lugar somente dedicado a ele.
Maria é uma menina de 17 anos. Sua mãe
cuidadosa, sempre mantivera em estado impecável seus cabelos e suas
vestimentas. Adorava laços no cabelo e o abraço quente de seu avô. Era forte e
protetor como o de seu pai. O quarto de Maria era impecável, e ao chegar na
fazenda depois de colocar a mala em cima da cama, correu eufórica para conhecer
a linda floresta que se formara por trás da fazenda. Mas antes precisava chamar
seu melhor amigo. Era inacreditável a beleza e o cheiro que corria pelo campo
para desbravar sozinha.
Então
correu desesperada e contente, mas foi abruptamente parada
-
Maria, minha querida, para onde vai com tanta alegria?
-
Vou atrás do Deodoro vô. Quero vê-lo.
-
Cuidado menina! Cuidado. O avó sorriu contentemente. Vê sua neta correr sem
perigo e livre de qualquer maldade é o que dava sentido ao trabalho que
cultivava na fazenda. Além de grande trabalho com cunho comercial, seu avô
fazia por amor e tudo era florido por amar demais todos os netos.
Maria
correu pela estreita rua que ligava as poucas casas atrás de Deodoro, seu grande
amigo, com pressa e alegria chamou
-Deodoro!
Deodoro! Sou eu, Maria. Cheguei! Papai trouxe-me. Vamos para a floresta.
-
Maria? Maria és tu? Floresta?
-
Sim, tem um lindo lugar atrás da casa de vovô.
-
Ah claro. Vamos sim. Mas antes... – O que Deodoro? – Dai-me um belo abraço.
Eles
se abraçaram com tamanha força e alegria que podiam sentir o coração um do
outro.
Deodoro
fechou a porta da casa de seus pais e deixou a de cima aberta. Os dois saíram correndo
de mãos dadas até chegarem na fazenda. Deodoro sempre que passara, deixava
alguma comida que a sua mãe, Dona Madalena deixava para a Senhora Antônia.
Queijo leite ou farinha branca. Além de ser chamado pelo avô de Maria para ajudá-lo
em alguns trabalhos braçais, fazia vendas na cidade com o carro do fazendeiro,
uma Rural Willys.
-
Senhor. Deodoro abaixou a cabeça em respeito e cumprimento.
-Deodoro,
Maria lhe assustou?
-
Um pouco, mas um susto de alegria.
-
Esta menina está empolgada para ver atrás da fazenda. Mostre a ela meu filho.
-
Sim Senhor.
-
Vamos, vamos! Maria puxou Deodoro e correu da sala até chegar a porta da
cozinha que dava vista para uma trilha.
Maria
amava flores, e sua vó, plantava Eucalipto com amor e sabedoria, numa paciência
notável e fabulosamente incrível.
-
Minha querida, vais ver o riacho?
-
Riacho vó?
-
Sim minha neta, o Deodoro irá mostrar. Há uma pequena cachoeira também.
Com
um terreno de 1.000.0000 metros quadrados, seus avós sabiam a dimensão do lugar
que haviam comprado com muita luta. O terreno foi se unindo aos poucos. Quando tinha
gado e galinha, o Senhor vendia e comprava um bocado de terra. Decidiu parar
quando avistou o riacho. Ao olhar para trás, não sabia a dimensão do que havia
feito, mas ao ver Antônia feliz planejando fazer as plantações futuras, deixou
de lado todas as críticas que recebeu sobre ser louco de pedra.
-
Ah, meu amigo. Estava ansiosa para te ver.
-
Estamos aqui. Sei que você sempre vem, então minha diversão é garantida.
-
Esperava por mim?
-
Todos os anos, se não todos os meses eu espero por ti.
Maria
parou, olhou para cima e viu o tamanho da plantação de Eucalipto e podia sentir
o amor de seus avós na construção de um lindo castelo.
-
Parece um conto de fadas, Deodoro.
-
Conto de Fadas Maria?
-
Acha-me louca? Sim, conto de fadas. O castelo é a fazenda.
-
Estás um pouco eufórica, nada demais.
-
Eufórica? Maria pulou frente a Deodoro. – Estou feliz. As pessoas estão enfrentando
a ditadura e parece que vai acabar daqui alguns anos.
-
O que é isso?
-
Estudei na biblioteca da escola. Meus pais não podem saber. Sussurrou. Muito
menos meus avós.
-
Saber sobre o que?
-
Que eu sei o que é ditadura.
Deodoro
não queria saber sobre a história do Brasil. Queria levar Maria ao parque e
andar na roda gigante; comprar algodão-doce e acertar uma pedra no maior urso
do parque.
-
Maria...
- Sim?
-
Você me concede a gentileza em me acompanhar ao circo na cidade?
- Circo? Sim! Sim! Mil vezes sim.
-
Acredito que se fizer algum trabalho para seu avô, possa me emprestar o carro
para irmos.
-
Sem dúvidas. Aqui tudo é tão livre, tão lindo. As pessoas são tão boas.
-
Que bom... Deodoro ficou incrivelmente feliz e, por mais que não soubesse o que
seria conto de fadas e ditaduras, pensou que poderia estar em um, já que seu
coração pulou e o sorriso não saia de seu rosto.
Antes
de chegarem ao riacho, por cuidado, decidiram voltar para fazenda pois iria
escurecer. Combinaram um piquenique final de tarde para o outro dia, e assim
poderiam conversar com mais calma. Maria estava cansada e não acreditava que
iria dormir com um cheiro tão bom de vida.