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quarta-feira, 23 de setembro de 2020

A GRACIOSA MARIA

 

Imagem Ilustrativa

Maria estava entusiasmada com o tempo que estava para viver na fazenda de seus avós. Seus pais felizes, buscavam outras formas de colocar comida na casa de Maria e de seus irmãos. Numa linda carruagem, ela saiu correndo em destino para abraçar um lindo coelho branco que ficava saltitando num lugar somente dedicado a ele.

 Maria é uma menina de 17 anos. Sua mãe cuidadosa, sempre mantivera em estado impecável seus cabelos e suas vestimentas. Adorava laços no cabelo e o abraço quente de seu avô. Era forte e protetor como o de seu pai. O quarto de Maria era impecável, e ao chegar na fazenda depois de colocar a mala em cima da cama, correu eufórica para conhecer a linda floresta que se formara por trás da fazenda. Mas antes precisava chamar seu melhor amigo. Era inacreditável a beleza e o cheiro que corria pelo campo para desbravar sozinha.

Então correu desesperada e contente, mas foi abruptamente parada

- Maria, minha querida, para onde vai com tanta alegria?

- Vou atrás do Deodoro vô. Quero vê-lo.

- Cuidado menina! Cuidado. O avó sorriu contentemente. Vê sua neta correr sem perigo e livre de qualquer maldade é o que dava sentido ao trabalho que cultivava na fazenda. Além de grande trabalho com cunho comercial, seu avô fazia por amor e tudo era florido por amar demais todos os netos.

Maria correu pela estreita rua que ligava as poucas casas atrás de Deodoro, seu grande amigo, com pressa e alegria chamou

-Deodoro! Deodoro! Sou eu, Maria. Cheguei! Papai trouxe-me. Vamos para a floresta.

- Maria? Maria és tu? Floresta?

- Sim, tem um lindo lugar atrás da casa de vovô.

- Ah claro. Vamos sim. Mas antes... – O que Deodoro? – Dai-me um belo abraço.

Eles se abraçaram com tamanha força e alegria que podiam sentir o coração um do outro.

Deodoro fechou a porta da casa de seus pais e deixou a de cima aberta. Os dois saíram correndo de mãos dadas até chegarem na fazenda. Deodoro sempre que passara, deixava alguma comida que a sua mãe, Dona Madalena deixava para a Senhora Antônia. Queijo leite ou farinha branca. Além de ser chamado pelo avô de Maria para ajudá-lo em alguns trabalhos braçais, fazia vendas na cidade com o carro do fazendeiro, uma Rural Willys.   

- Senhor. Deodoro abaixou a cabeça em respeito e cumprimento.

-Deodoro, Maria lhe assustou?

- Um pouco, mas um susto de alegria.

- Esta menina está empolgada para ver atrás da fazenda. Mostre a ela meu filho.

- Sim Senhor.

- Vamos, vamos! Maria puxou Deodoro e correu da sala até chegar a porta da cozinha que dava vista para uma trilha.

Maria amava flores, e sua vó, plantava Eucalipto com amor e sabedoria, numa paciência notável e fabulosamente incrível.

- Minha querida, vais ver o riacho?

- Riacho vó?

- Sim minha neta, o Deodoro irá mostrar. Há uma pequena cachoeira também.

Com um terreno de 1.000.0000 metros quadrados, seus avós sabiam a dimensão do lugar que haviam comprado com muita luta. O terreno foi se unindo aos poucos. Quando tinha gado e galinha, o Senhor vendia e comprava um bocado de terra. Decidiu parar quando avistou o riacho. Ao olhar para trás, não sabia a dimensão do que havia feito, mas ao ver Antônia feliz planejando fazer as plantações futuras, deixou de lado todas as críticas que recebeu sobre ser louco de pedra.

- Ah, meu amigo. Estava ansiosa para te ver.

- Estamos aqui. Sei que você sempre vem, então minha diversão é garantida.

- Esperava por mim?

- Todos os anos, se não todos os meses eu espero por ti.

Maria parou, olhou para cima e viu o tamanho da plantação de Eucalipto e podia sentir o amor de seus avós na construção de um lindo castelo.

- Parece um conto de fadas, Deodoro.

- Conto de Fadas Maria?

- Acha-me louca? Sim, conto de fadas. O castelo é a fazenda.

- Estás um pouco eufórica, nada demais.  

- Eufórica? Maria pulou frente a Deodoro. – Estou feliz. As pessoas estão enfrentando a ditadura e parece que vai acabar daqui alguns anos.

- O que é isso?

- Estudei na biblioteca da escola. Meus pais não podem saber. Sussurrou. Muito menos meus avós.

- Saber sobre o que?

- Que eu sei o que é ditadura.

Deodoro não queria saber sobre a história do Brasil. Queria levar Maria ao parque e andar na roda gigante; comprar algodão-doce e acertar uma pedra no maior urso do parque.

- Maria...

 - Sim?

- Você me concede a gentileza em me acompanhar ao circo na cidade?

- Circo? Sim! Sim! Mil vezes sim.

- Acredito que se fizer algum trabalho para seu avô, possa me emprestar o carro para irmos.

- Sem dúvidas. Aqui tudo é tão livre, tão lindo. As pessoas são tão boas.

- Que bom... Deodoro ficou incrivelmente feliz e, por mais que não soubesse o que seria conto de fadas e ditaduras, pensou que poderia estar em um, já que seu coração pulou e o sorriso não saia de seu rosto.

Antes de chegarem ao riacho, por cuidado, decidiram voltar para fazenda pois iria escurecer. Combinaram um piquenique final de tarde para o outro dia, e assim poderiam conversar com mais calma. Maria estava cansada e não acreditava que iria dormir com um cheiro tão bom de vida.

segunda-feira, 1 de junho de 2020

TUDO EM PRIMEIRA PESSOA: EU NÃO SABIA QUE ELE NAMORAVA

Histórias contadas em primeira pessoa que não tem um destino certo, muito menos personagens que existem. Vai partir da minha e da sua astúcia em acreditar na mentira e expor totalmente a verdade. Aconteceu ou não aconteceu?

 

2007. Escola nova. Minha mãe não pensou no meu sofrimento quando decidiu me tirar no período final. Perdi todos os meus amigos com as piores consequências. Não foi tão ruim assim, achei que chegaria sozinha, mas por um acaso, uma vizinha bem próxima estudava lá e me deu todo o apoio. A mãe dela vezes nos dava carona, no mais, íamos à pé. Divertido até. Durante um percurso, sempre passávamos pela melhor escola da cidade, os meninos eram descolados e, as meninas pareciam ter uma vida sexual bem ativa. Quando passávamos, vez e nunca olhávamos para entrada, e nada demais. Tinha esquecido de todo o sofrimento de ter saído da antiga escola.

- Essa escola deve ser muito cara. Disse.

- Maria, sério? Os pais pagam uma fortuna para essa turma não recompensa-los em absolutamente nada. Acredite. Somos sortudas. A nossa escola tem um projeto de bolsa que... nossa! Todo mundo sonha.

- Isso sem dúvidas... Sonho todos os dias com ela.

Na volta, como sempre, ou voltávamos juntas ou com nossos amigos de colégio que moravam por perto. Numa dessas, deixei minha bolsa cair com todas as minhas coisas. Meus amigos não são ingratos, estávamos nos divertindo na volta e até eu estava rindo, à-toa, não me importei de não me esperarem e ajudarem. Tentando organizar as coisas de estudo o mais rápido possível, vi uma sombra, olhei e avistei a tão temida escola – pelo menos para mim – Quer ajuda?

Não entendi bem, muitos menos havia enxergado. Há poucos dias tinha sido diagnosticada com miopia, e o sol não ajudava muito, mas era exatamente isso, tinha caido frente à escola dos ricos e era fato.

- Quer ajuda?

Não o conhecia, mas já tinha visto em alguma revista juvenil na banca do seu João. Improvável ele estudar aqui na cidade e até mesmo na escola, pensei e logo descartei. Bem, não sabia se de fato era, mas recusei a ajuda e quis seguir... Se ele não tivesse puxado mais assunto.

- Você é daqui?

- Sim, sou, obrigado pela preocupação com minhas coisas.

- Tudo bem, não há por que agradecer. São seus amigos lá na frente?

- Sim, são.

- Tem certeza que são?

- Só por que não me ajudaram com as coisas, não significa que não são... Isso é normal, as coisas caem.

- Calma! Desculpa.  

- Apenas te respondi... Tenho que ir. Obrigada.

Segui. O Alex teve a ideia de pagar um sorvete para todos, era sexta-feira, então não recusamos.

- Deixei minhas coisas cair.

- Não perdeu nada não né?

- Não!

- É impressão minha ou aquele cara está nos olhando? Ou melhor te olhando. Alex percebeu.

- É talvez.... Sorvete de quê? Inteirei outro assunto.

 

Tudo normal na volta. Eduarda estava doente, e eu voltei a pé para casa. Não havia problema, às vezes dava para ler andando, acredite. O sorvete na sexta-feira não caiu bem para minha colega, e estava eu voltando para casa plena segunda-feira. Iria fazer minha refeição, tomar um banho, tudo estava planejado... Demorei... Demorei por que o ajudante estava sem querer, de forma espontânea, debaixo da árvore. Fui simpática ao responde-lo.

- Olha, você outra vez.

- Oi, tudo bem? Pois é, sempre passo por aqui, bem, às vezes.

- Não tive tempo de perguntar seu nome...Nome?

- Prazer Maria e o seu?

- Fernando...

- Prazer Fernando.

- Quero te conhecer mais. Não somos do mesmo colégio, mas o vestibular está chegando, talvez possamos estar na mesma Universidade. Alguns de seus professores são meus também.

- Claro... Podemos, mas hoje não posso.

- Tenho telefone e msn. Fica online?

- Sim, fico, já que é raro eu sair.

Tá, eu sei. Me julguem com carinho.

Nós por muito tempo conversamos por sms e msn, parece que o tempo estava mais curto perto do grande vestibular chegar. Eu não era estudiosa, mediana, mas tive que dar o meu melhor.

 Só que ele pediu para sair comigo depois do grande dia, passássemos ou não na prova, para driblar o estresse e ansiedade.

- Por que não uma balada?

Eu não era nem estudiosa e nem de festas, mas tive que abrir essa exceção. Meus amigos foram, lá nos separamos e eu e ele nos encontramos. Foi divertido: dançamos, brincamos, flertamos e nos beijamos. Um grande beijo com vários outros. No outro dia, estava sendo bombardeada por uma garota de cabelos longos e escuros via sms e msn. Eram palavras de baixo nível perto das roupas da Zara que compunham a princesa que era ela. Foi só então que soube que ele namorava, de fato era o menino da revista e eu era a outra que havia acabado com o relacionamento fofo juvenil. No mais, passei no vestibular, e estou feliz...

Obrigada por perguntar.😊

DOCE

 Tu mentes como também oculta pensamentos. Estes deveriam ser meus, e compartilhados a mim que por ti estou, mas não há nada que possa fazer...

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