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quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

HÁ MAIS LOUCURA NO SORRISO QUE EM ALGUNS VAZIOS

 Não sou como você: linda, carismática e feliz. Sou infinitamente triste e completamente disposta a sustentar esse vazio e arcar com as consequências de ser ignorada todos os dias. Há uma necessidade de provar que sou normal, mesmo composta pela solidão. Que não há problema comigo e sim com as pessoas de esbanjarem sorrisos cativantes no metrô, ônibus, trens lotados ou em seus maravilhosos carros luxuosos. Faça-me o favor de respeitar o meu vazio e contemplar uma sincera conversa sobre a noite e o inverno; como há beleza nos dias de neve e tristeza nos dias de céu azul. Veja bem, em dias azuis, as pessoas ao menos tem tempo para observar com clareza que, tiveram uma incrível sorte de não estar chovendo, justamente no dia de uma grande apresentação. Ou que está chovendo e ninguém pode sair de casa por motivos de segurança, quando há um encontro marcado, aquele encontro que você iria terminar seu relacionamento de 10 anos. A chuva te deu um tempo para pensar, pensar por algumas horas.

Pudesse eu, ser poderosa e ser feliz com uma bela cigarrilha, uma taça de champanhe desfilando pelas ruas de uma viagem importante que marquei. Sou insuportável à ponto de negar a fumaça, por estar terrivelmente preocupada com a cor dos meus dentes e completamente apática com bebidas de mulheres.

Aprecio um belo vinho, confesso que duas à três taças são suficientes. De resto, meu estômago é terrivelmente meu inimigo, e faço dele minha justificava para qualquer coisa. Na tristeza e com ela, tive que buscar caminhos para viver em sociedade e ser agradável mesmo falando da naturalidade de ir embora para sempre. De não voltar mais. De ser feliz mesmo cheia de vazio. Na presença constante com você quinzenalmente falando de dias insuportáveis e dores que não entendo. E tenho um sonho de ter um fixo relacionamento com uma mulher ou um homem acima dos 50 anos. Creio que pessoas maduras me entenderiam. Espero que riam da minha dor e digam que há solução, que não há nada demais, que há como consertar e viver. Que digam que estou no caminho certo e que realmente, aprovei a solidão. Que consigo conviver com ela e não sentir vergonha.

Busquei formas adaptáveis de caricaturar essa nova forma de viver a vida. Já perdi todos, tenho em mim todas as possibilidades e margens de erros para que tudo dê completamente errado. Há quem me venha pedir para sentar, contar algo terrível ou apenas um desejo e digo, - Vai dá tudo certo. Alguém sempre me diz que estou me responsabilizando caso não dê certo. Então imagino, ele ou ela correndo pelas ruas e perguntando aos poucos que me conhecem, perguntando onde poderiam me encontrar para dizer, - Deu tudo errado! Como você pôde ousar mentir para mim?

Um devaneio ao tomar um chá enquanto pensava que poderia estar iludindo ou produzindo um trauma do qual não poderia estar preparada. Será que ela está preparada para vida como eu estou? Será que me sinto preparada para vida, somente com as dores e as perdas que tive durante viva?

E mesmo aqui, olhando para você, segurando meu chá, há possibilidades de felicidade. Tantas... Principalmente hoje, ontem e amanhã. Os dias que você me faz feliz e é minha completa companhia. Você acha normal, minha solidão.

Este é meu pensamento, logo à noite, antes mesmo de ontem quando saímos. Enquanto você pede com gentileza ao garçom para tirar a cebola do prato que pedi, com paciência e felicidade no sorriso... O teu sorriso que me faz entender a felicidade... O meu vazio vai embora. Uma caixa vermelha que lentamente tira do bolso... e a surpresa que tenho para te contar, surpresa que está dentro de mim. Penso que até Deus entende minha solidão, então me sinto grata. Me sinto grata.

domingo, 5 de julho de 2020

PESSOAS FELIZES COM A INFELICIDADE ALHEIA


Não especifiquei, vai soar contraditório e generalista, mas talvez seja essa a intenção, ou não.


Olá espero que esteja bem...


Imagem Ilustrativa


É mais que angustiante, é frustrante saber que existem pessoas que não gostam uma das outras, pelo simples motivo de não haver um. Pedir para que isso acabe é como contar estrelas no céu ou as ondas do mar. É tipicamente impossível. No momento virtual que vivemos a falta de responsabilidade em relação ao comportamento que temos que ter em relação ao outro, perante uma situação que não se aproxime a nossa, é de extrema apatia. Essa capacidade que a internet tem de promover uma vida cheia de luxos e felicidades, seja por trabalho ou momento, nos deixa um tanto quanto, confusos. Quando o assunto é criança, é algo mais delicado. No dia a dia já temos isso de as pessoas já estarem desgostosas com a vida, e o primeiro que aparece, sem ao menos conhecer já é o seu/nosso maior inimigo ou aquela pessoa que tu não quer ter amizade. Virtualmente o mar aberto e escuro dá essa sensação de liberdade, solidão, e ecos da nossa própria voz; o susto ocorre quando há retorno de som. A responsabilidade tem que partir de quem publica e de quem visualiza. O menos entendedor vai saber que a publicação tem um direcionamento para um público especifico e tem um objetivo

Não quero me adentrar nisso. A questão relevante, diante dessa expansão de vidas sendo mostradas como janelas abertas, e vizinhos sentados na calçada debaixo da árvore, trouxe o sentimento de maldade. O mal-estar do outro é o novo alimento da felicidade. É interessante pensar que o conceito de felicidade, até pouco tempo atrás - não sei se ainda é -, seria cachorros correndo no parque, caminhada ao ar livre, andar de mãos dadas, férias... Enfim. Hoje - o que não significa a ausência do ontem e do amanhã -  hoje, as pessoas ficam mais felizes e satisfeitas com a infelicidade alheia.  A troca de emoções, grupos com situações não tão bem resolvidas que geram frustração entrando em páginas de pessoas para denegri-las é exatamente o reflexo da sociedade, só que sem máscara. No dia a dia, temos a capacidade de ceder nosso lugar, dar bom dia às vezes, sorrirmos para uma senhora que não conhecemos e seguirmos nossa vida. Na internet e até mesmo fora dela, as ligações de empatia estão totalmente desligadas e de apatia, ligadas sem ano para desligar. O meio virtual é importante, acho que combater esses comportamentos são fundamentais para não dividirmos a vida no virtual e no real. É apenas uma vida, isso é justificativa antiga, sem qualquer tipo de relevância, que precisa ser notada e entendida como um todo. Não existe o real e o virtual. Não somos o que postamos, mas podemos nos tornar pessoas que nunca imaginávamos que seriamos. Para o bem ou para o mal, é sempre bom ter cautela e pensar antes de qualquer atitude por impulso. Digo isso para eu mesma, pois todos estamos abertos a viver esse tipo de situação... Mas enfim, se não dá para confiar totalmente em um desconhecido pessoalmente, imagina virtualmente. Soa contraditório sim, infelizmente. É fato que existe só uma verdade e uma versão dos fatos, mas cada um vive essa verdade e esse fato de maneira diferente, que o torna subjetivo, levando a contradições, ataques, e claro: uma felicidade genuína em ver, saber que o outro está infeliz, em sofrimento, e sozinho.


Obrigada por ler

Beijinhos!

DOCE

 Tu mentes como também oculta pensamentos. Estes deveriam ser meus, e compartilhados a mim que por ti estou, mas não há nada que possa fazer...

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