Talvez
eu esteja cometendo um erro, dizendo que te amo, que te quero, concordando com
o sabor da comida. Não tomo café, você sabe. Pouco sal. Açúcar? Pode exagerar,
sabendo que noutro dia os efeitos colaterais no corpo serão terríveis.
Esse
é o meu problema, te amar. Te amo, mas pode ficar longe? Magoa-me. Quanto tempo
até perceber?
Não
quero te consertar. Tu é pessoa e não boneco. O que há? Tudo o que faz, parece
repudiável e ao mesmo tempo, tão generoso. “O
problema não é você, sou eu” é completamente verdade. Esperamos na infância
uma juventude de liberdade. Aprendemos em teoria a aceitar as outras pessoas
como de fato são e, talvez esse seja o desafio numa relação. Talvez esse seja o
desafio do amor, o desafio de amar. Assim como tenho meus defeitos e cometo
meus erros que vezes, pontua, tu tens os teus defeitos e erros. Me cansa
pontuar sempre e sempre, por que não quero ser uma professora de
autoconhecimento.
O
amor é difícil, não é fácil. Semear, semear, semear, dar algum sentido, ser
amigo, ser ouvido. Falar, chorar, calar. Talvez eu esteja cometendo um erro
dizendo que não te amo em pensamento, enquanto prepara o café da manhã e
pergunta se estou bem. Talvez eu esteja apenas insegura, cansada. Tu não me
obrigou a tomar café, me apoiou em alguns decisões – não em todas – mas vezes
me deixou de lado. Talvez esse seja o desconforto. Quem segura o
relacionamento? Eu ou você?
Amar
não é fácil quando pouco se confia. Tudo que parecia ser, não está sendo. As
coisas estão terrivelmente nubladas, idênticas ao lugar que estamos agora.
Então, você me abraça e, todas essas inseguranças desaparecem. E todo o
pensamento, vai embora. Você isola meus medos e minha solidão, caio na ilusão
de acreditar nas tuas promessas. Crio várias expectativas.
Onde
estamos falhando?
O
gasto emocional que um relacionamento traz é perigoso demais para quem gosta de
mergulhar em águas calmas e cristalinas. O amor te faz ser um objeto machucado,
uma onda enorme te jogando para lá e para cá, sem qualquer explicação.
O
amor é para os fortes, mas isso não é digno de status... É humano, é normal
amar até que se prove o contrário.
No
amor terá brigas silenciosas.
Quando
te amar verdadeiramente, tomarei consciência que a juventude me presenteava com
a paixão, e os desafios de ceder, esquecer o ego e, fortalecer os pares. Quantas
vezes? Até quando?
No
fundo, a realidade é que não quero perder anos de minha vida num relacionamento
para dar errado no final. Por mais que digam “deu certo”, nada superará a cicatriz de um coração partido.
Ninguém, absolutamente ninguém, gosta de fracassar.