Imagem Ilustrativa |
O processo maternal é uma experiência que abrange linhas subjetivas esquecidas e estar diante de uma situação que domará a vida e o tempo, não se compara ao mundo acadêmico.
Fui contrária até os meus 15 anos sobre ter filhos, na verdade não sonhava com isso. Enquanto algumas meninas pensavam em casar e ter uma família, eu estava colocando meu top 3 de Universidades e cursos superiores caso não tivesse média ou nota suficiente, e rascunhando cadernos para um futuro livro. No momento que estou, a maternidade me assusta mais que qualquer Professora ou Professor com Phd. Perdi meu pai e quase toda sua geração em questão de anos, antes mesmo da pandemia. Então eu já sabia o efeito dominó da solidão e de lutos, afastamento familiar, e renascer todos os dias, mas nunca ninguém está preparado para uma mudança tão drástica. Posso dizer que duas forças me deixaram fortes e me consolaram: Deus, para eu nunca esquecer que não estou no controle, e o estudo da Psicologia, que me mostrou o estudo da mente e do comportamento humano, e como a mesma é vaga e está em crescimento. Nada nunca me assustou a ponto de eu não tentar, sempre fui com medo, sempre fui em busca de sobreviver, e acredito que a vida é uma dádiva que poucos dão valor. Inclusive eu, às vezes. Mas antes de me aprofundar em qualquer projeto ou mostrar minha determinação – que ultimamente está escassa – eu praticamente exploro, analiso, penso, repenso. E por vezes não chego em conclusão nenhuma. No momento que estou, tentam me proteger de assistir jornais ou me falam se pode deixar no canal com notícias danosas. E como eu já estudei um pouco do comportamento humano, e sei que é quase indomável, tenho minhas mãos limpas de qualquer controle que eu tenha, não é um peso que nem o estudante, nem outro profissional deveria colocar em si, e dá para entender, a profissão se torna nossa extensão social, humana e de caráter. Eu vos aconselho a procurar outra extensão. Já conheço as muitas mazelas do mundo acadêmico, e ele não é mais uma extensão de minha pessoa, pois já não fazia mais sentido. Hoje faz. Hoje faz por que minha extensão de vida mudou e tem mais sentido, é vivo, e tem coração. E eu não tenho controle sobre qualquer coisa, só domarei o que sou capaz de domar.
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