A verdade é que preciso de desafios. Desacostumei a ficar tão estagnada. Já li alguns artigos e coloquei a testa sobre os braços... nada adianta. Eu preciso da realidade para construir a ficção. E vai ver, o verdadeiro escritor nasce de situações do cotidiano, das frustrações amorosas, das dores mesquinhas e juvenis. Dos amores impossíveis. O estado adulto nos coloca na posição de responsabilidade, e para o mundo da imaginação e da construção, é preciso a mais sagaz falta de responsabilidade, uma liberdade quase indescritível.
É preciso ter um cronograma anual, desafiar o próprio tempo, ter medo do futuro e ao mesmo tempo planeja-lo. E eu gosto da sensação do desafio de ter dois afazeres importantes no dia... Gosto de me sentir necessária no dia, seja jogando um lixo ou marcando uma viagem sem qualquer dinheiro no bolso. Não é para todos, realmente.
Imagino memorizando as leis, meus próprios textos ou:
2x2=4
3x2=6
4x2=8
5x2=10
6x2=12
7x2= 14
8x2=16
9x2= 18
Ou que o Carbono, oxigênio e hidrogênio vão estar presentes em algumas ligações químicas, senão todas.
A realidade é objetiva demais. Preciso de um pouco de loucura.
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