Se
Romeu e Julieta estivessem vivos, estariam andando pelas ruas do mundo. Seus
parentes estariam preocupados com outras pendências; crianças apaixonadas
entregues ao amor mais puro no século XXI. Século ideal para esse casal. Um
avião era suficiente, um documento de emancipação salvaria; a baita teimosia de
Romeu e o coração puro de Julieta fariam borboletas voarem por todo o mundo. E
o mundo veria a paixão desses dois em fotos, em histórias... Me
responsabilizaria na entrega efetiva desse amor como se fosse autora cortada do
prefácio, da capa, dos créditos. Talvez fosse a parte negra dessa casal que por
ventura, só queriam viver um grande amor.
Parece
que amar é difícil, mas sinto que na fase desses dois, amar é fácil,
apaixonar-se é fácil, doar-se por inteiro é completamente fácil.
Amem-se!
O destino não é a morte para esse casal. Que sentido teria? Pensar na
continuidade desse amor é terrivelmente decepcionante. Vontade de abrir o livro
e gritar o nome de
-
Shakespeare! Shakespeare! Devolva a vida dessas duas crianças. Deixem-nas viver
o amor!
Próprio
sentimento de injustiça quando é perceptível ver casais vivendo amores tão
felizes, separações tenebrosas, mas não à ponto de tamanha violência contra o
coração de dois jovens inocentes. Parece que a sina dos dois foi o toque do
amor, o toque do veneno
-
Shakespeare! Por que tornou o amor um veneno? Jovens podem repetir esse ato.
Por que tornastes persona o amor, somente em gotas?
Se
Romeu e Julieta estivessem vivos, saberiam o gosto doce do sorvete,
aproveitariam o sabor do algodão-doce, conheceriam a mágica do chocolate.
O
único amor que conheceram foi amargo. Do início ao fim nada que pudesse aquecer
os corações, hidratarem os lábios, repor os minerais no meio de tanto medo,
ansiedade e tristeza.
-
Shakespeare! Eram duas crianças conhecendo o amor... Por que não as deixou
provar o doce mel da paixão eterna? O eterno é vivo. O Eterno é Vivo! Foi-se
para sempre Romeu e Julieta.
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