Me
disseram uma vez que não te deixava à vontade para beber líquidos alcoólicos. A
liberdade que não exercia em alguns eventos sociais tinham um cunho protetivo.
Poderia dizer que para duas latas de cervejas tomadas, poderia tomar uma e o acordo
estava feito. Apesar de não simpatizar com o sabor, os fanáticos dizem apenas
que é uma questão de tempo, uma questão de estar aberta e que depois de certo
tempo, me acostumaria. Sentia-me um tanto quanto infantil ou tradicional em
querer um vinho ou champanhe. São duas bebidas que estou disposta a beber, um
conhecimento sensorial divertido e agradável. Cada pessoa tem uma bebida
específica, aquela que combina com os batimentos do coração, as sensações da
vida, os pensamentos soltos. Amo vinhos como amo você. Apesar de conhecer pouco
sobre vinho, parece por um instante que conheço muito sobre você. Ao sairmos
socialmente, pareço ser controladora, aquela que limita espaços e tem olhares
de desconfiança. Mudei, e estou disposta a mudar todos os dias. A questão é
parecer que não sou uma aprendiz e, com você, tudo parece bem mais fácil.
A
tua proteção é tão afetiva; o amor nos cega para a fatídica tragédia do
abandono repentino, da dor corporal sem qualquer percepção em exames
laboratoriais, do termino sem consentimento, estes que já vivi poucas vezes e,
me destruiu o mundo. Para aquela menina que rastreia bebida alcoólica com a
intenção de proteger, o amor quando abandona-me causa à ressaca de taças e
litros tomados em proporções completamente errôneas e equivocadas. O vinho
perde totalmente o sentido.
Mas
tenho sorte em ter você, além de cerveja, tu gostas de vinhos. Um pulo apenas
para não gostar tanto assim como aparenta gostar de mim. Às vezes penso que
estás cego, um tipo de brincadeira. Pergunto para as pessoas mais sábias que
considero, e as mesmas também não entendem... Talvez esteja fazendo a coisa
certa, deixando entregar meus sentimentos. Talvez esteja me entregando sem medo e, vivendo a vida com medo, mas vivendo a vida mesmo
assim, independente do que pensam. Essa é uma consequência que não tem fuga. É
lidar, assumir ou simplesmente não justificar.
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