quarta-feira, 6 de maio de 2020

O AMOR NOS CEGA PARA A FATÍDICA TRAGÉDIA DO ABANDONO REPENTINO



Me disseram uma vez que não te deixava à vontade para beber líquidos alcoólicos. A liberdade que não exercia em alguns eventos sociais tinham um cunho protetivo. Poderia dizer que para duas latas de cervejas tomadas, poderia tomar uma e o acordo estava feito. Apesar de não simpatizar com o sabor, os fanáticos dizem apenas que é uma questão de tempo, uma questão de estar aberta e que depois de certo tempo, me acostumaria. Sentia-me um tanto quanto infantil ou tradicional em querer um vinho ou champanhe. São duas bebidas que estou disposta a beber, um conhecimento sensorial divertido e agradável. Cada pessoa tem uma bebida específica, aquela que combina com os batimentos do coração, as sensações da vida, os pensamentos soltos. Amo vinhos como amo você. Apesar de conhecer pouco sobre vinho, parece por um instante que conheço muito sobre você. Ao sairmos socialmente, pareço ser controladora, aquela que limita espaços e tem olhares de desconfiança. Mudei, e estou disposta a mudar todos os dias. A questão é parecer que não sou uma aprendiz e, com você, tudo parece bem mais fácil.
A tua proteção é tão afetiva; o amor nos cega para a fatídica tragédia do abandono repentino, da dor corporal sem qualquer percepção em exames laboratoriais, do termino sem consentimento, estes que já vivi poucas vezes e, me destruiu o mundo. Para aquela menina que rastreia bebida alcoólica com a intenção de proteger, o amor quando abandona-me causa à ressaca de taças e litros tomados em proporções completamente errôneas e equivocadas. O vinho perde totalmente o sentido.
Mas tenho sorte em ter você, além de cerveja, tu gostas de vinhos. Um pulo apenas para não gostar tanto assim como aparenta gostar de mim. Às vezes penso que estás cego, um tipo de brincadeira. Pergunto para as pessoas mais sábias que considero, e as mesmas também não entendem... Talvez esteja fazendo a coisa certa, deixando entregar meus sentimentos. Talvez esteja me entregando sem medo e, vivendo a vida com medo, mas vivendo a vida mesmo assim, independente do que pensam. Essa é uma consequência que não tem fuga. É lidar, assumir ou simplesmente não justificar.

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DOCE

 Tu mentes como também oculta pensamentos. Estes deveriam ser meus, e compartilhados a mim que por ti estou, mas não há nada que possa fazer...

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