Essa
sempre foi a vossa vida, nunca existiu outra, além dos sonhos que criara em tua
cabeça. Me surpreende não ter usado algum totem para identificar se estava à
sonhar ou na total realidade. Essa sempre foi a vossa vida e, não me surpreende
alguns fatos. Tu viveu num canto seguro do mundo, onde todas as possíveis
catástrofes nunca mais iam acontecer, já que o mundo, segundo a lei da
evolução, é evoluir, possibilitando a máxima segurança da humanidade. Segundo
as leis do universo, a ciência limita certas explicações. Que a ciência não se
ofenda, o pódio de fatos, sempre será de fatos. Realmente sempre fui sonhadora,
mas juro a vós que não sei identificar meu totem de segurança. Está em algum
lugar de minha cabeça, preservando talvez, minha sanidade. Minha criança
conseguiu construir alguma coisa que me protege.
Uma menina estava com a irmã doente
no hospital prestes a partir, logo em seguida o pai adoeceu e depois ela. Ambos
da família conseguiram passar por essa turbulência, mas não fora à única. Ela
sempre esteve à espreita do caos. Por já viver em um, sabia que alguma
situação poderia destruí-la. Dentre essas situações, deixara-lhe um trauma de
limitar a felicidade. Os acontecimentos desastrosos em sua vida, lhe fizeram
monitorar com um pequeno objeto, até que ponto poderia sorrir ou ficar
extremamente satisfeita e alegre com a vida e o objeto lhe
dava um sinal de pausa. Sentia-se culpada por estar assim
tão feliz enquanto outras pessoas estavam em leitos hospitalares. O caos para ela sempre existira, entre livros
científicos e de ficção, ao fechar, entrava no caos, mas assim vivia, assim
sempre viveu. Permitindo alguns ou outros entrarem em sua bolha, nunca se
deixou alegrar facilmente e, não se considerara vaidosa. A vaidade que lhe
convinha era tão pouca que poderia destruí-la.
Diante de tudo que passou e poderia passar,
decretou em sua cabeça que não era merecedora de acontecimentos bons, que era
má, que as pessoas não gostavam-na por simplesmente ela ser, por simplesmente
existir; e como ela vive é sinal de uma sobrevivência inexplicável. As crises
existenciais aumentavam na velocidade de sua idade. Ia se destruindo por fazer tudo
para agradar, esquecendo de si mesma. Enfiou na cabeça que ninguém gostava dela,
que por algum motivo, ela incomodava mais que latido de cachorro.
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