quinta-feira, 9 de abril de 2020

NUNCA EXISTIU OUTRA VIDA ALÉM DOS SONHOS QUE CRIARA


Essa sempre foi a vossa vida, nunca existiu outra, além dos sonhos que criara em tua cabeça. Me surpreende não ter usado algum totem para identificar se estava à sonhar ou na total realidade. Essa sempre foi a vossa vida e, não me surpreende alguns fatos. Tu viveu num canto seguro do mundo, onde todas as possíveis catástrofes nunca mais iam acontecer, já que o mundo, segundo a lei da evolução, é evoluir, possibilitando a máxima segurança da humanidade. Segundo as leis do universo, a ciência limita certas explicações. Que a ciência não se ofenda, o pódio de fatos, sempre será de fatos. Realmente sempre fui sonhadora, mas juro a vós que não sei identificar meu totem de segurança. Está em algum lugar de minha cabeça, preservando talvez, minha sanidade. Minha criança conseguiu construir alguma coisa que me protege.
Lembrei de uma história.
Uma menina estava com a irmã doente no hospital prestes a partir, logo em seguida o pai adoeceu e depois ela. Ambos da família conseguiram passar por essa turbulência, mas não fora à única. Ela sempre esteve à espreita do caos. Por já viver em um, sabia que alguma situação poderia destruí-la. Dentre essas situações, deixara-lhe um trauma de limitar a felicidade. Os acontecimentos desastrosos em sua vida, lhe fizeram monitorar com um pequeno objeto, até que ponto poderia sorrir ou ficar extremamente satisfeita e alegre com a vida e o objeto lhe dava um sinal de pausa. Sentia-se culpada por estar assim tão feliz enquanto outras pessoas estavam em leitos hospitalares. O caos para ela sempre existira, entre livros científicos e de ficção, ao fechar, entrava no caos, mas assim vivia, assim sempre viveu. Permitindo alguns ou outros entrarem em sua bolha, nunca se deixou alegrar facilmente e, não se considerara vaidosa. A vaidade que lhe convinha era tão pouca que poderia destruí-la.
 Diante de tudo que passou e poderia passar, decretou em sua cabeça que não era merecedora de acontecimentos bons, que era má, que as pessoas não gostavam-na por simplesmente ela ser, por simplesmente existir; e como ela vive é sinal de uma sobrevivência inexplicável. As crises existenciais aumentavam na velocidade de sua idade. Ia se destruindo por fazer tudo para agradar, esquecendo de si mesma. Enfiou na cabeça que ninguém gostava dela, que por algum motivo, ela incomodava mais que latido de cachorro.

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DOCE

 Tu mentes como também oculta pensamentos. Estes deveriam ser meus, e compartilhados a mim que por ti estou, mas não há nada que possa fazer...

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