Lembro-me de nós andando de bicicleta ao
sol. Conversando sobre nossos signos da
revista, parávamos no banco debaixo de uma árvore e respondíamos todas as perguntas.
Será que o galã seria o futuro pai de nossos filhos? E nenhuma de nós pensava
que um não se dividia em dois. Entre as brincadeiras mais divertidas, estava a
de andar sem os braços, sentir o vento no rosto e o prazer em desafiar o medo. E
fomos assim por algum tempo, até a locomoção pedir de nós uma atenção maior.
Gosto de lembrar das quedas, dos tropeços, das brigas, do não fazer nada. E
hoje, será que ainda sabemos andar de bicicleta? Estamos tão crescidas que me
vem uma vontade súbita de pedir uma viagem só entre nós para recordar os velhos
tempos e, construir uma nova história com a idade que estamos; nem tão velhas e
não muito novas. Estamos na puberdade da velhice. Nada mais é, os anos adultos:
uma puberdade dos anos mais maduros. O que poderia ser os anos mais maduros? A
maturidade da idade 80? Não me sinto uma criança, mas também não me sinto uma
completa adulta; não me sinto uma mulher, mas também não sinto-me uma menina. Sinto-me
uma criança com pensamentos de adultos. Que falta me faz pegar uma bicicleta e
andar em tempos de flores caindo. Bom seria agora. Sinto-me capaz de dizer que
quanto mais me vem os anos, mais entendo que realização de hábitos maduros, vem
das experiências fora do mundo que criamos em nós mesmos, quando em um súbito,
nos vemos pessoas não egoístas, rindo da felicidade alheia, e de água saindo da
mangueira. Que saudade de tu, que saudade de nós minha querida. Nada que eu
queira voltar ao passado, conversar sobre o passado é vive-lo, assim pois não
precisamos voltar nele. Só basta nossa companhia e amizade, nada mais. Hoje,
tens que pensar na temperatura da chuva que cai, às vezes, no clima, nas
doenças. Não é triste, é a famosa puberdade da idade adulta. Assim a puberdade
da infância é tão insegura, a da idade adulta é amedrontada e pensante demais.
Pensar no que pode dar ou não errado. E por um lado certa estamos, certas no plural,
por que concordo. Quando bate a chuva ficamos divididas entre brincar e
ficarmos sentadas, escutando o barulho e tomando o bom chá; assistindo, lendo,
conversando ou simplesmente observando. E que bom que tu fizestes e faz parte
de minha vida desde sempre.Ter você é ter tudo.
quinta-feira, 29 de agosto de 2019
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