Imagem Ilustrativa |
Depois de pegar o elevador e subir até o
último andar, vi duas taças e algumas roupas espalhadas. Não demorou muito para
entender que os filmes não estavam longe de minha realidade. Um Flash em câmera
lenta, como se toda minha vida se perdesse numa visão de dois corpos, em uma
cama em lençóis macios. A porta meio aberta, meu olho curioso foi o suficiente.
Meu sorriso sumira. Posso imaginar que confortável estaria por não ter
percebido minha chegada. Que decepção. Saí às pressas. Não queria chamar
atenção ou fazer barulho, as lágrimas caiam descontroladamente. Só precisava de
um lugar suficientemente comparado a dor que estava sentido naquele momento. Menos
de um minuto ou mais de cinco minutos, parecia estar a mais de uma hora em
frente ao elevador. Procurei a porta que me levava a escada. A melhor coisa que
poderia fazer ou uma completa loucura. A visão embasada me fazia esquecer do
perigo. Sentei por algum momento:
- Por que fez isso comigo?
Tão simples para uma dor absurda. Logo
chovia. Logo o céu chorava comigo. Entendia o frio, o vazio, o depois, o
sentido de não ser mais nada. Diria que não sabia o que sentia no momento.
Levantei com a velocidade comprometida.
Não conseguia ter qualquer atitude que alimentasse o meu ego, me feriram e não
conseguia fazer o mesmo. Deixei-me ferir, enganar por alguém que na verdade,
não conhecia.
- Oh Deus! Me traga o príncipe de volta.
Eram exatamente 9:00 p.m. Daria tempo
encontra-lo em outro lugar, encontrar outro alguém. A magia só acabava as 12:00
p.m. do relógio. Esperança me consolara quase a noite toda. A história só acaba
depois de uma confusão a favor da princesa, é necessário reverter a história. A
Princesa precisa de outra noite, precisa de outra realidade.
Sentei em uma torre onde marcara
11:30p.m. já o tempo acaba e fico sem história. Será amanhã mais um dia comum
ou ele ligará? Me procurará? Parecia que havia ingerido todas as bebidas do
mundo. Inconsolável, sem ninguém, terrivelmente perdida no meu lugar. Como
ligar agora? Como explicar o que aconteceu?
-
Rua K, Numero .... Por favor.
E tudo começou a perder o som. Só
conseguia olhar as luzes da cidade e como elas brilhavam carinhosamente.
Coração apertado demais para continuar seguindo em contratempos.
O carro me deixara em casa. Entrei com a
ligeira impressão de que qualquer garrafa com teor alcoólico me levaria a um
sono profundo. Mesmo assim, segui os passos a caminho do banheiro. Entrei na
água, fria ou quente, não me importava. A dor que sentia era tão forte que
servia de anestesia para qualquer outro desconforto. Consegui me deitar,
consegui um sono induzido. Sem preocupações... Hoje a Princesa não precisa de
bruxa para dormir à noite toda com a maçã envenenada, a diferença é que no outro
dia, teria que acordar para encarar o príncipe. E como dizer? Simplesmente
acabou.
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