Estava com certa indecisão em
escolher algum vestido para usar. O quarto estava com cheiro de mofo, parecia
que todas as pestes invadiram o quarto e decidiram por ali ficar. Isso me dava
um nó na cabeça, não adiantava o perfume que colocasse, nada mudava. Na verdade
isso não muito me incomodava, à espera da hora estava para ter um encontro
confirmado. Meus pais já sabiam de tudo, considerando a minha idade e tudo que
estava passando, não seria de muita valia desobedecer ordens maiores.
- O que aconteceu com aquela
menina Aurora? Onde ela está? ... Pensou alto com saudades do passado.
Assim me recordo quando entro no
velho quarto, as recordações são tão próximas que todos os meus cabelos saltaram.
Não há como não olhar no espelho e, perceber uma menina disfarçada. Engana
aquele bobo ou realmente quem gosta de ser enganado, a outros não enganava
ninguém. A cama ainda estava em boas condições, considerando a variação de
tempo que por Deus, me tirava do sério.
- Por que faz isso com você mi amore? Não sabes que sei quem amas de
verdade? Sabe que és libre de muá e, de qualquer pessoa.
- Qualquer coisa que faça-o e
traga-o de volta aos meus braços. Não sei como tirar de meu coração e, qualquer
coisa e tudo o que faço...
- Tudo o que você faz é bom, é
maravilhoso. Se pertencem, não importa. Eu sei de tudo sobre tu, cada parte que
por Deus! Não deveria saber.
- Amigo Angelo, se conhecesse
profundamente ele, entenderia todo o meu sofrimento... Sobre o toque das mãos
macias de seu amigo, cuidado essencial que tinha mais que com a própria, aproveitou
e fez delas um conforto para seu rosto... – Amar não deveria doer tanto.
- Olhe para mim. Sente-se
preparada a falar sobre?
- Sobre o que?
- Sobre a grande perda que levou
a.... Aurora olhou para Angel com olhos de estrela.
-Nunca estarei preparada para
tal conversa. É tão... Me sinto incapaz e uma mulher fraca.
- Sabes que não é. Estás a
passar por um período ruim.
- Angel... Por Favor...
- Mas...
Ao meu lado, sua vida faz todo sentido e eu farei questão de tornar aquela inútil
plantação, consegue ver? Numa linda história para se contar já que não podemos
sair à noite com essa grande chuva. Não te quero ver chorar pequena, não há
mais lágrimas, assim seu corpo suplica por muitas risadas, se permita... Se
permita.
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O que
sinto por Aurora não tem explicação. Só com ela meu corpo reage da forma que
reage, quando olho para outra, não é a mesma. Ela me colocou em algum lugar de
seu corpo e prendeu-me. Não sei mais sair dela... Não posso dizer que a
considero uma irmã, assim, odiaria e falaria alguns absurdos, não posso
considera-la amante, assim trairia meus conhecimentos... E não posso nega-la
como não sendo importante para mim, a pessoa que mais me abraçou e não conteve
suas lágrimas a chorar comigo em momentos de tristeza. Aqui neste lugar o que
sinto por tu, é diferente do que sinto por ela. Não há como separar Aurora de
mim, é absurdo... é! De pensar, me dou conta que... Não posso viver sem ela.
Ela é tudo que tenho agora neste momento, a única que posso confiar, que não me
trairia em hipótese alguma. Nunca.
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- Sente repudio ao meu corpo?
-Não minha querida. Te amo
demais, elogiar teu corpo, seria um desprazer ao meu orgulho masculino que sim!
Existe!
- Sente-se feliz ao me deixar
insegura?
- Aurora... Como falas isto?
- Ora! Com minha boca, não
percebes?
- Percebo, só não entendo. Acho
que o vinho aqueceu muito seu corpo.
- Venha cá e me dê um abraço.
- Nosso amor Angel, um dia se
acabará em pó.
E dizer que nosso amor poderia acabar,
que um dia ia acabar, destruiu comigo. Me senti tão solitário e, as margens de
minha infância quando não tinha quase ninguém.
-Adorei o vinho...
- Detesto sua tristeza.