No
diminutivo: as quietinhas são as piores.
Você
já ouviu essa frase? Você já pensou ou falou para alguém?
Digo
que não cabe julgamento a quem não conhece, uma vez julgado a pessoa que nunca
ouviu a voz. Para que serve a mentira?
Todos
nós estamos trabalhando ou fazendo algo, neste bombardeamento de informações,
os padrões de comportamento são delegados pela sociedade ou pesquisas de
população são feitas para delimitar os tipos de comportamento que, indiferente
da cultura, vão estar no André ou no John que é de outro lugar. Se pegar a
fundo, tem pesquisas que mostram características da personalidade que são
universais, ou seja, estão na mulher aqui ou no senhor no outro lugar do mundo.
E quando digo “pesquisas a fundo” não digo que fiz isso com precisão e
desempenho, foi algo esporádico, leitura superficial e rápida. O que isso tem
de parentesco com o título? As pessoas são diferentes, se pegar por toda a
carga social, ideológica ou não, familiar, de lugar, enfim, uma série de coisas
que nos diferenciam uns dos outros, o que está dentro de nós, é mais difícil de
tirar ou de mudar. E mais uma vez,
jogando a opinião sem conhecimentos aprofundados, personalidade é algo
estudado, e parece ser mudada no campo das ideias. Não é teoria, muito menos certeza, não sou especialista e se falei que
sou, foi brincando. Tenho essa de fazer piada ou brincadeira com coisas sérias.
Sem
enrolação, estou cansada de ouvir “as quietas são as piores”. Tento entender em
qual contexto uma mulher é terrível só por que ela é introvertida. Sabe por que
falei da personalidade? Por que existem tipos, e podem ser extrovertido,
introvertido, social, antissocial, dentre outras que não li, sem contar com os
famosos “alter-egos”. Por que? Qual o sentido?
Queria
uma explicação lógica. E esse tipo de frase é julgado e jogado para mulher.
Parece que as pessoas, nós, esperamos de alguém, um comportamento
insatisfatório para valer o nosso, que em nossa percepção é válido e
satisfatório. Qual a lógica de associar a quietude com uma máscara de maldade
que uma mulher ou mulheres tem? Para viver em sociedade, é preciso resguardar
comportamentos nossos que só podemos ou temos coragem de apresenta-los a
familiares ou pessoas próximas e de confiança. Isso passa a ser sério, já que o
comportamento automaticamente está ligado ao nosso desempenho como uma pessoa
capaz de conviver em sociedade sem prejudicar as outras. É tão impossível
entender que o ser humano se desenvolve, ele cresce, quando há falhas
genéticas, são outros quinhentos, mas na normalidade anatômica, as pessoas, o
ser humano tende a crescer, se conhecer e buscar se desenvolver até se acalmar.
Todos somos quietos ou obrigados a sermos quietos, por que os lugares nos pedem
isso, agora, associar isso a “uma mulher mentirosa” ou “enganadora” é machista,
preconceituosa e ultrapassada. Por mais que as pesquisas sejam eficientes, o
comportamento do Ser Humano é imprevisível. Não sabemos o que vamos fazer em um
ato de medo extremo, já que nosso corpo reage por nós. Uma coisa é sermos
orientados para quando o perigo chegar, o passo a passo do que não fazer no
momento de ansiedade, funciona, mas em outros casos, a adrenalina e o sangue
quente, nos faz ou reagir ao assalto ou a ficarmos totalmente paralisados. E o
que isso tem de comum com o tema? Quero saber quando vão parar de associar a
mulher a dualidade duvidosa, mentirosa, covarde, sem responsabilidade,
calculista etc. É uma cultura que está nas próprias mulheres... O modo de se
vestir nos coloca como inconsequentes, o falar, o comportar, o agir. Talvez eu
entre no: e o homem faz a mesma coisa e ninguém fala nada. Já sabendo que
algumas pessoas entendem que não é só para mulher, fica a pergunta: Quando vão
parar de julgar uma pessoa por um comportamento ou atitude escolhida a mais
adequada para estar em sociedade, consciente ou inconsciente?
É
uma condenação ficar presa quando você quer sair e voar, continuar crescendo,
subindo e levantando voos mais altos... é chato ouvir que “as mais quietas são
as piores” quando não há o pensamento e a possibilidade desta pessoa ter
problemas, estar passando por problemas, ser tímido, introvertido, sério,
características que são abomináveis e associados a atos não justos, já que você
precisa ser você. Numa sociedade preconceituosa, não se pode ser quem é, o eu
não tem espaço e é covarde quando percebe perigo.
Parem...
Parem de julgar, assim julgam também o caráter.
Incompleto
para mim, mas...
Obrigada
por ler
Beijinhos!