Às
vezes me pego pensando, porque complicamos algo tão fácil de ser resolvido. É,
eu e você, não existe mais. Nós decidimos assim e, assim ficamos. Bem que eu
queria te amar, queria compactuar com a sua honestidade, mas nossa amizade foi
tão linda durante todos os anos que mudaria completamente tudo o que vivemos.
Seria diferente. Você pensaria que tudo continuaria da mesma forma. É, eu sei,
dividimos algumas camas e compartilhamos nossos sonhos durante a noite e, como
madrinha, a lua. Mas ela sabe de tudo, de todas as coisas. O teu cheiro, o teu
corpo, o teu jeito, o teu carinho e as várias formas de declaração de afeto me
fizeram por um instante me apaixonar por você e, foi difícil dizer adeus. Foi
sempre difícil. Quando decidimos isso, você mesmo duvidou de algumas questões
pessoais e eu, bem, te contara até mesmo episódios que outras pessoas contariam
para algumas amigas. Estávamos perto demais, juntos demais, cheio de afeto e
carinho um pelo o outro em transbordo.
Estava tudo perfeito, sincronizado... o olhar,
a mão, o encostar na boca. A brincadeira de amigos íntimos.
Foi
tão ruim me despedir de você, porque vivemos momentos que não poderemos repetir
com outras pessoas, não da maneira que vivemos. Por isso foi tão especial. Se
foi afeto, se foi carinho, se foi caso mal resolvido, nós fomos felizes
enquanto não sabíamos o que éramos e o que seriamos um para um outro.
No
início não foi fácil. A lua fez parte dos momentos de silêncio quando nos
sentíamos desconfortáveis em estar presentes um para o outro. Em alguma
situação brigamos por uma toalha e, desde aquele dia, não seguíamos adiante sem
antes esperarmos um pelo outro, sem pedirmos desculpas, com abraços a luz da
lua, com o abraço de cobertores ao brilho das estrelas. Nós conversávamos e “se
tudo acabasse por ali e, se tudo tivesse fim e, se nós um dia nos
distanciássemos e esquecêssemos de nós, naquele momento”.
Mas
sinto sua falta, e sei descrever essa falta com um abraço de perdão e
agradecimento por nós dois termos permitido nos entregar e, não dar razão ao
medo. Viver nossos sentimentos sem pensar em nada e, viver, simplesmente viver
como se nós nunca fôssemos acabar.
Então,
com amigos dividíamos a mesma cadeira e por ali ficávamos horas rindo. Era
desconfortável, mas estava com você.
Hoje
não sei o que você foi na minha vida de fato, não sei o que posso te
considerar, porque é grande demais. Tento te deixar em uma caixa bem pequena,
mas é impossível, as lembranças são demasiadas. Te solto e te deixo ir, já está
na hora, o relógio sempre bate às 12:00.
Descrever
você é dançar pela rua, correr na chuva, andar de mãos dadas pelas ruas, rir de
assuntos sérios...
Descrever
você é sonhar, construir sonhos, imaginar como seria se ganhássemos na loteria
ou fôssemos assaltados.
Descrever
você é te guardar no melhor canto do meu peito sem ninguém saber que você
existiu em mim. Em nós.
De
tudo meu amor... de tudo meu amigo... de tudo meu companheiro.
Aqui
você não está mais, diante de mim você já foi sem ter me perdoado, mas dentro
do meu peito você mora. Situações que vivemos e que poderíamos viver.
De
todo meu amor, você é uma frase em pessoa, um poema em cada esquina, uma música
de discoteca.
De
todo meu amor, você mostrou o seu lado.
De
todo meu afeto, não somos mais sonhos.
Éramos
sonhos... O melhor de todos.
Sonhos
acabam. O nosso chegou ao fim com agradecimentos.
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