Antes eu sabia. Tinha convicção de tudo,
absolutamente tudo. Os poucos livros que lia eram suficientes para me tornar a
pessoa mais sábia, ou melhor, fazer parte do grupo de pessoas sábias.
Sabedoria,
humildade, amadurecimento, amor... Um pacote para todos, mas alguns conseguem.
Não é por falta de querer, é ansiedade de querer demais, por saber demais.
Antes
eu sabia, não que agora eu não saiba. Os livros aumentaram consideravelmente,
consequentemente minha certeza e convicção de que tudo, tudo não sei. Cada vez
que penso em aumentar minha bagagem literária a meu limite, penso que o mínimo
do mínimo do conhecimento é zero a sabedoria.
Hoje,
amanhã ou depois de amanhã, talvez terei certeza de que todas as minhas
convicções sobre saber de tudo sobre o mundo e as pessoas, mudarão em minutos,
segundos.
Não
quero enraizar opiniões quando existem várias bibliotecas. Não preciso ler todos
os livros ou marcar presença semanalmente para acabar com as obras, basta
perceber a quantidade de livros que existem no mundo. É quase impossível saber
de tudo e estar convicto da vida quando muitas pessoas dizem perspectivas
diferentes sobre ela.
Então
prefiro não me enraizar ainda, ser livre para ser folha e voar entre minha
própria árvore ou sair voando para onde o vento me levar.
Sempre
aparece você, sempre aparece alguém que te ajuda a perceber melhor as coisas.
Não aquela pessoa que vai te apontar o dedo e te dizer que o certo é “isso” e,
sim aquela pessoa que te dará alguns pontos de vista, te fará pensar, te
deixará confuso em relação ao que acreditar, ao que é certo...
Sem
chegar ao fim, rir do desespero da dúvida de entender tudo o que todos devem
estar falando nos livros da biblioteca... Sem chegar ao fim, aprendendo a
respeitar. Respeito e educação se aprendem. É um senso falho, uma má
interpretação de comunicação, mas nada como um pouco de sensatez para olhar
para si mesmo e, admitir que a biblioteca é grande demais pra caber em um único
peito.
O
único peito que quer paz e brincar de ser feliz, com as nuvens, com o hoje, com
o amanhã.
O
único peito que quer dormir em paz, sem ter razão, sem querer ter razão.
Aquele
peito que achava saber de tudo e hoje rir por não saber de nada, mesmo tendo em
mãos, a possibilidade de saber o infinito.
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