quarta-feira, 1 de novembro de 2017

ANTES EU SABIA... HOJE NÃO SEI MAIS




 Antes eu sabia. Tinha convicção de tudo, absolutamente tudo. Os poucos livros que lia eram suficientes para me tornar a pessoa mais sábia, ou melhor, fazer parte do grupo de pessoas sábias.
Sabedoria, humildade, amadurecimento, amor... Um pacote para todos, mas alguns conseguem. Não é por falta de querer, é ansiedade de querer demais, por saber demais.
Antes eu sabia, não que agora eu não saiba. Os livros aumentaram consideravelmente, consequentemente minha certeza e convicção de que tudo, tudo não sei. Cada vez que penso em aumentar minha bagagem literária a meu limite, penso que o mínimo do mínimo do conhecimento é zero a sabedoria.
Hoje, amanhã ou depois de amanhã, talvez terei certeza de que todas as minhas convicções sobre saber de tudo sobre o mundo e as pessoas, mudarão em minutos, segundos.
Não quero enraizar opiniões quando existem várias bibliotecas. Não preciso ler todos os livros ou marcar presença semanalmente para acabar com as obras, basta perceber a quantidade de livros que existem no mundo. É quase impossível saber de tudo e estar convicto da vida quando muitas pessoas dizem perspectivas diferentes sobre ela.
Então prefiro não me enraizar ainda, ser livre para ser folha e voar entre minha própria árvore ou sair voando para onde o vento me levar.

Sempre aparece você, sempre aparece alguém que te ajuda a perceber melhor as coisas. Não aquela pessoa que vai te apontar o dedo e te dizer que o certo é “isso” e, sim aquela pessoa que te dará alguns pontos de vista, te fará pensar, te deixará confuso em relação ao que acreditar, ao que é certo...
Sem chegar ao fim, rir do desespero da dúvida de entender tudo o que todos devem estar falando nos livros da biblioteca... Sem chegar ao fim, aprendendo a respeitar. Respeito e educação se aprendem. É um senso falho, uma má interpretação de comunicação, mas nada como um pouco de sensatez para olhar para si mesmo e, admitir que a biblioteca é grande demais pra caber em um único peito.
O único peito que quer paz e brincar de ser feliz, com as nuvens, com o hoje, com o amanhã.
O único peito que quer dormir em paz, sem ter razão, sem querer ter razão.
Aquele peito que achava saber de tudo e hoje rir por não saber de nada, mesmo tendo em mãos, a possibilidade de saber o infinito.

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DOCE

 Tu mentes como também oculta pensamentos. Estes deveriam ser meus, e compartilhados a mim que por ti estou, mas não há nada que possa fazer...

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