Andava por vales escuros, portas desconhecidas e tentadoras. Me levavam
ao pecado sem acreditar no brilho da fé, esperança e graça.
Estava em pratos, à Beira de um abismo. Foi quando Deus tocou meu
coração no momento mais crítico e severo de minha vida.
Esse é o relato de Helena.
Não queria em hipótese alguma ser vítima de crueldade, por isso o
negava, sentia vergonha, e não conseguia entende-lo.
Como
poderia ter amigos se me via completamente derrotada?
O
conceito já formado era dos pecadores buscando a Deus no último suspiro, no
penúltimo, depois de todos ao meu redor não me suportarem mais. Entrei em um
caminho escolhido, porém com um toque mágico de destino para entrar em uma das
mais violentas, perigosas e amada das aventuras.
Olhava
para o mundo e percebia que dependendo de minha escolha, minha vida mudaria
completamente.
Lidar
com isso me maltratava já que na televisão os casos de abuso e mentira eram
acobertados ou simplesmente não passavam. Me sentia concordando com tudo que
era contra, mesmo fazendo igual ou pior. Por outros olhos, percebi que eu não
era aquelas pessoas e que minha vida era entregue, estava entregue e fadada ao
fracasso se pensasse assim, persistia em acreditar, silenciosamente, no que
dizem não existir. No que dizem ser um farsa. Pois assim decidi acreditar na
mentira da qual tantos falavam e julgavam, apesar de todo histórico cruel, sem
igualdade ou voz direta do meu eu. Tinha que decidir que tipo de vida queria
levar, porque o abismo no qual me encontrava, companhia nenhuma me despertava o
interesse de mudar, de buscar algo diferente da qual nunca imaginei.
Estava
em prantos buscando uma solução para minha vida depois de toda luxuria, amor e
pedaços de coração espalhados por todo lugar. Pensei no meu coração e, como
pude ser tão cruel com ele a ponto de andar e deixa-lo simplesmente cair, sem
olhar para trás com misericórdia, desespero ou preocupação de perde-lo por inteiro.
Por que não me importei em juntar todos os
pedaços?
Por
que não pensei que outras pessoas, meio a rua, pisariam e machucariam cada vez
mais?
Tão
confusa por essa decisão que mudaria meu pensamento, me afastaria de pessoas
das quais gostava e gosto muito, com um bônus extra de ser considerada a mais
nova louca e insana do clube.
Depois
fui tentar entender porque tamanho rancor, receio, vergonha e infidelidade
sentia.
Eu
não queria entrar em uma briga para fazer alguém acreditar no que eu acreditava,
no que eu pretendia passar acreditar para não perder minha vida. Pensava em minha
experiência individual como sendo de mais ninguém, sem partilha alguma, mas não
sabia que podia ser compartilhada. Na minha cabeça, enfrentar os dragões era
uma luta da qual sairia derrotada, porque de fato não sabia se era forte o
suficiente para defender quem não conhecia, mas tinha o meu singelo amor.
Nos
primeiros momentos me sentia estranha, não aceitava minha escolha e por vezes
pensava se poderia ser a melhor escolha... É melhor ser jovem e livre do que me
prender a um tipo de história que poderiam me trazer problemas e desilusões.
Não
tinha mais para onde correr ou a quem recorrer. Quando tentava fazer isso, as
pessoas que me cercavam me orientavam a diversão, uma diversão que me traria
problemas. Desses problemas entrei em um tipo de cegueira, pensava eu não
estar, mas poderia se agravar e se transformar em uma doença sem cura. Digo que
quando isso acontece, a cura para esse tipo de doença é a presença de males te
proibindo de viver a vida. Viver a vida sem tentativas de liberdades utópicas e
inalcançáveis. Eu estava morta e, poderia finalizar o final de minha vida.
O
abismo é escuro, não tem presença. Você sente frio, medo, angustia, e é tratada
como alguém sem importância. Seu coração fica em pedaços, sua alma perde o
brilho e por dias você é colocada a se segurar sozinha em um dos troncos,
presentes na beirada da escuridão... Uma tentativa de “até onde posso
suportar?”
Sentia
que seria mais uma vez excluída, o medo tomou conta de mim. Fosse normal passar
por tudo isso, já que as coisas não são fáceis e sair de um caminho tortuoso e
confuso para recomeçar, com certeza me traria desilusões, dores físicas e
psicológicas e de fato a loucura. Por tempos fiquei em silêncio, lendo,
tentando aceita-lo. Percebi meu egoísmo e não entendia porque era egoísta se
todos conheciam esse amor.
Iniciou-se
a saga da inferioridade... o medo de desapontar, o medo de ser uma farsa
concordando com outra, medo de acreditar sabendo na mentira, medo de desiludir
as pessoas que acreditavam do fundo do coração no mais puro ágape. Me olhava
tão pequena que palavras e textos com sabedoria eram pauta para pessoas dais
quais não me encaixava. Logo eu, aquela que saia as noites e subia em mesas de
bar para ser a mais vista, se escondendo de pessoas que usavam roupas dais
quais nunca vi e não se importavam sobre quem você era, quem você foi... Eles
se importavam como lidaria com toda aquela pressão.
Então,
pedi permissão para amar em silêncio, sem muitos alardes até estar
definitivamente preparada para amparar outras pessoas, mesmo estando amparada pelo
senhor. Me sentia completamente refém dos meus medos e das minhas inseguranças.
Sentia vergonha disso. Não queria ser filha ou princesa do pai, sem antes
entender que propósito ele teria para mim e, se de fato, como boa filha, estava
cumprindo o que pedia.
Foi
quando respirei bem fundo e um pensamento me veio à cabeça: “Viva e não se
console com palavras que não sustentam sua vida, acredite no que é ideal para
você. Não se deixe assustar por pessoas que sujam o meu nome. São essas pessoas
que fazem de ti, minha filha especial e preciosa, um anjo amedrontado que se
distancia de mim. Te recuam a acreditar no propósito do amor que pregam, nas
leis e na justiça com consequências que dizem para acuar os mais fracos, e
traze-los assustados para o meu templo, com medo de serem castigados da pior e
cruel maneira. E o filho, joga todos aqueles que vendem e fazem da casa do pai,
morada para vendas ilícitas; Mateus 21:12-17. Te fazem recuar a não acreditar
no verdadeiro propósito do meu amor e no significado que sua vida tem para
mim.”
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