Mães
trabalhando, pais também, irmãos mais velhos estudando em horários diferente,
amigos partindo para outras escolas...
Na
perspectiva de uma pessoa adolescente, a vida não vale muita coisa.
Posso
dizer que já passei pela fase do nascimento, mas não me lembro necessariamente
de nada realmente importante, digo não para mim e sim para os meus pais. Não me
lembro de ver o sorriso de minha mãe quando dei o primeiro sorriso de reflexo,
não me lembro de ter caído na primeira tentativa de andar, não me lembro se
minha mãe estava sentada no chão ou em pé me chamando. Mas um dia tive um
sonho. Ele foi muito bonitinho. Sonhei que no quarto antigo da casa onde morava
minha irmã me pegava nos braços. Lógico que ela me pegou eu sendo mais velha.
Nós
nascemos e vegetemos nas mãos de outras pessoas. Essas pessoas cuidam de nós,
não temos qualquer tipo de lembrança, porque vamos formar e construir nossas lembranças
a partir das experiências que tivermos ao longo do nosso desenvolvimento.
A Psicologia fala dessa parte com mais classe,
glamour e muito, muito conhecimento. Meus dotes para lembrar dos psicólogos e filósofos
lutando um por cima do outro para vencer quem sabia/sabe mais do desenvolvimento
humano é devasto. Não sei se era uma luta de egos ou se de fato, os médicos
estavam muito curiosos e com desejo insano de entender o ser humano físico, e
mental, mas é nítido o ar de “eu posso entender melhor”. Convenhamos que em “Freud
além da alma”, o Sig foi colocado como aquele que sentiu uma empatia de outro
mundo pelos pacientes sem qualquer tipo de sinais de doenças óbvias para os
médicos daquela época. Não havia diagnóstico para algum tipo de doença e, Sig
no filme, tem um olhar completamente diferente para o ser humano. Não sou fã de
Freud, e muito menos li seus ensaios e obras por completo. Por que né? São
muitos livros para chamar de Freud, e muitos casos antigos para entender o que
de fato é euforia em psicanálise. Me perdoe as falhas. Não tenho autoridade
para falar aqui, mesmo assim continuarei falando.
Adolescência é complicada, você não está só descobrindo o seu corpo e se envergonhando dele,
como também não faz a menor ideia do que é você no mundo. Qual a nossa, a sua importância
para o mundo e para quem convive com você. A única coisa que queremos é algo
que nós mesmos nem sabemos. Vira uma confusão de emoções, infância, maturidade inexistente,
conflitos, rebeldia...
Ai meu Deus!
Quando
digo que somos importantes para o mundo é porque somos, não porque simplesmente
nos transformamos em estatísticas de suicídio, natalidade, mortalidade,
acidentes e coisas do tipo. É porque realmente somos importantes, independente
se somos estatísticas.
Por
“n” questões, mas por que as pessoas lutam tanto para salvar vidas? “Lute por...”
“Diga não ao...”, “Ajude a....”, “Doe sangue”. As pessoas se importam da
maneira que precisam se importar e não nos colocando no colo como nossa mãe.
Eles não podem nos aquecer como uma família, mas realmente você está aqui, estamos
aqui e, no momento somos estatística. Sorria, alguém sabe que você existe.
O
pior da adolescência é achar que você não existe. Nossa! E o adolescente tem
esse fascínio por fazer com que o outro se sinta assim. Não vai pensando que
aquele que bate não está passando por situações que causam falta de ar, porque
sim ele está, e é bem forte. Ele é ausente e te faz sentir ausência de tudo. A
vida parece que não vai mudar. Que saco não é?
A
vida muda. Acredite.
Melhor! Você muda.
Não
vou te garantir os velhos amigos e nem novos, porque você sabe, a vida é sua e
a estrada, “uou”, é toda sua. Então pega na mão ou deixar ir quem precisa...
isso vai acontecer. Isso acontece sempre. Por isso que o adulto tem esse jeito
meio frio de lidar com “mãe, quero isso...”, “na volta compro” e, vocês nunca
voltam. A pilha dos pais é trocada anualmente e quando digo isso, eles podem
passar dois, três anos com a bateria no vermelho.
Ok!
Não peguei meus papeis de
psicologia do desenvolvimento, mas perante a lei “psicologistica”, cada idade é
uma fase e ela é universal para todo mundo.
Não
sei se posso concordar com isso. Os livros nos mostram estudos e, a realidade
são que crianças não podem correr, brincar ou se desenvolver como as outras.
Então acho que não é tão universal assim o desenvolvimento sincronizado. Digo,
universal para uma população de crianças. Vai saber como é, não é mesmo?
A
série That's 70 show mostra a realidade da adolescência/infância norte-americana
“não tenho nada para fazer, vamos andar pelas ruas e se divertir com nada,
voltas e mais voltas.” A época das calças
Flare.
Os
anos 70 aqui no Brasil foi de uma total censura, segundo fontes que não
considero tão confiável (eu não sou uma,
porque não estou com livro de história em minhas mãos – então já sabe).
Não
sendo mais adolescente, não faço a menor ideia se há algum tipo de diferença
entre a adolescência que vivi e, a adolescência que os pequenos vão passar - estão passando (eu sou princesa também).
Será que mudou alguma coisa?
Computadores?
Tablets? Eu brincava na areia, dançava na chuva, entrava em rios. Não sei.
Acredito
que a adolescência seja uma das piores fases, estou falando isso embasada na
teoria de alguns estudiosos. Estou excluindo fatalidades, coisa nas quais
muitos deles não se preocuparam em pensar. Ou
talvez seja um julgamento meu e eu não tenha lido ou pesquisado.
Ser
adolescente não é fácil. Não posso dizer que é um treinamento para vida adulta,
já que muita coisa acontece durante nossas vidas. Além da morte, você pode
mudar de escola ou país.
Texto
vago, muita ladainha e blá-blá-blá.
Mas
era só para colocar interrogação: adolescência é a pior fase da vida?
Tenho
muitas histórias, mas eu não quero contar, porque elas acabam. Daí perde a
graça e eu não vou força minhas experiências para poder deixar em andamento a
roda. Não vou viajar sem propósito para índia, só para dizer que eu fui.
Que
nossas experiências sejam espontâneas.
Que
nossas histórias sejam guardadas (sem egocentrismo). Isso é proteção de
lembranças.
Obrigada
por ler
Beijinhos!
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