domingo, 19 de março de 2017

O AMOR PRIVATIZADO



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Ao deitarmos no chão e marcarmos a cartolina para o trabalho da próxima semana com letras contornadas, você pediu quatro sanduíches pra mulher que ajudava sua mãe nos afazeres de casa. Dois moleques, eu com minha alma boné e você com sua preocupação em tirar notas altas e não decepcionar seus pais. Ficamos nos olhando por um bom tempo, talvez fosse alta demais pra que fôssemos um casal perfeito ou eu tivesse exposto demais minha masculinidade e, você talvez tenha se assustado com isso.  Hoje você não me reconhece e não desvia o olhar quando me ver passar de bolsa e, camisa social feminina.

Oi, espero que esteja bem, antes do tudo bem com você?
No mundo de hoje parece até uma obrigação estar bem... “Espero que esteja bem ou...”
Pois é! Com tanta coisa pra fazer dá até raiva né? Se torna uma coisa automática, se bem que muitas pessoas não estão afim de dar ou receber um bom dia e bater um papo sobre a vizinha.
Enfim...

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O amor que você poderia ter dado pode não ser mais seu agora, mas não é um amor banal. Estão tentando privatizar e terceirizar a palavra amor como se fosse uma partição pública, cheia o suficiente pra juntar muitas, milhares de pessoas e dentro disso, encontrar pessoas e passar por situações desagradáveis.
Ué, mas se o amor é de todos, por que dizem que falar tanto assim o torna sem força?
O amor que você poderia ter dado não é mais seu agora e a melhor maneira de enfrentar essa situação que lhe permeia o pensamento é sorrir ou chorar com ela. Feridas na alma não são como feridas na pele. Pense que a primeira camada dói, cicatriza com algumas semanas; a segunda camada alguns meses; a terceira alguns anos; a quarta você parou de acreditar no relógio. O amor é bem isso. O puro amor, aquele leve, dói como a epiderme, o amor derme demora alguns meses pra passar, alguns vão ao bar outros escutam música, inteligentes, usam as duas coisas, já o amor hipoderme, são suficientemente cheios de dores e alegrias, sabem conviver com ela e tiram disso um significado uma sabedoria bem interessante e subjetiva. A quarta fase é a dor que dói não tem cura nem prazo para cicatrização, simplesmente já se acostumou com o seu destino.
O amor é como a flor, o sol, o mar, as ondas, a floresta...
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O amor é como a pele não só tem fases tem camadas. O Amor também pode ser um jogo, mas o amor pele pode doer alguns dias, cicatrizar em alguns meses, doer alguns anos e ferir eternamente.
Não privatizem o amor. A paixão e a compaixão assim como a empatia já estão no esquema de terceirização, mas o amor é tão global que selecionar e recrutar pessoas aptas a isso é definitivamente perder a essência. E não, não sou contra o fato de que algumas pessoas não amam, sou contra as pessoas que querem privatizar a palavra como se o significado fosse seletivo demais pra caber todo mundo que quer conhecer o mais puro.
Eu só quero conhecer o chefe dessa repartição pra saber mais um pouco sobre essa distribuição e confusão que fazem com a palavra amor como se ela pudesse ser única e exclusiva de uma classe da humanidade.

Obrigada por ler
Beijinhos!!

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DOCE

 Tu mentes como também oculta pensamentos. Estes deveriam ser meus, e compartilhados a mim que por ti estou, mas não há nada que possa fazer...

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