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Ao deitarmos no chão e
marcarmos a cartolina para o trabalho da próxima semana com letras contornadas,
você pediu quatro sanduíches pra mulher que ajudava sua mãe nos afazeres de
casa. Dois moleques, eu com minha alma boné e você com sua preocupação em tirar
notas altas e não decepcionar seus pais. Ficamos nos olhando por um bom tempo,
talvez fosse alta demais pra que fôssemos um casal perfeito ou eu tivesse
exposto demais minha masculinidade e, você talvez tenha se assustado com isso. Hoje você não me reconhece e não desvia o
olhar quando me ver passar de bolsa e, camisa social feminina.
Oi, espero que esteja
bem, antes do tudo bem com você?
No
mundo de hoje parece até uma obrigação estar bem... “Espero que esteja bem
ou...”
Pois
é! Com tanta coisa pra fazer dá até raiva né? Se torna uma coisa automática, se
bem que muitas pessoas não estão afim de dar ou receber um bom dia e bater um
papo sobre a vizinha.
Enfim...
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O amor que você poderia
ter dado pode não ser mais seu agora, mas não é um amor banal. Estão tentando
privatizar e terceirizar a palavra amor como se fosse uma partição pública,
cheia o suficiente pra juntar muitas, milhares de pessoas e dentro disso,
encontrar pessoas e passar por situações desagradáveis.
Ué, mas se o amor é de
todos, por que dizem que falar tanto assim o torna sem força?
O amor que você poderia
ter dado não é mais seu agora e a melhor maneira de enfrentar essa situação que
lhe permeia o pensamento é sorrir ou chorar com ela. Feridas na alma não são
como feridas na pele. Pense que a primeira camada dói, cicatriza com algumas
semanas; a segunda camada alguns meses; a terceira alguns anos; a quarta você
parou de acreditar no relógio. O amor é bem isso. O puro amor, aquele leve, dói
como a epiderme, o amor derme demora alguns meses pra passar, alguns vão ao bar
outros escutam música, inteligentes, usam as duas coisas, já o amor hipoderme,
são suficientemente cheios de dores e alegrias, sabem conviver com ela e tiram
disso um significado uma sabedoria bem interessante e subjetiva. A quarta fase
é a dor que dói não tem cura nem prazo para cicatrização, simplesmente já se
acostumou com o seu destino.
O amor é como a flor, o
sol, o mar, as ondas, a floresta...
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O amor é como a pele
não só tem fases tem camadas. O Amor também pode ser um jogo, mas o amor pele
pode doer alguns dias, cicatrizar em alguns meses, doer alguns anos e ferir
eternamente.
Não privatizem o amor.
A paixão e a compaixão assim como a empatia já estão no esquema de
terceirização, mas o amor é tão global que selecionar e recrutar pessoas aptas
a isso é definitivamente perder a essência. E não, não sou contra o fato de que
algumas pessoas não amam, sou contra as pessoas que querem privatizar a palavra
como se o significado fosse seletivo demais pra caber todo mundo que quer
conhecer o mais puro.
Eu só quero conhecer o
chefe dessa repartição pra saber mais um pouco sobre essa distribuição e confusão
que fazem com a palavra amor como se ela pudesse ser única e exclusiva de uma
classe da humanidade.
Obrigada por ler
Beijinhos!!
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